terça-feira, 4 de junho de 2013

Marina e a Rede

Claudino Dias e Marina Silva

Ter preconceito, até aí tudo bem.

Isso faz parte de nossa limitada condição racional humana.

O grande óbice frente à novidade é ter um conceito sem fundamentação.

Julgar rasamente faz parte de nossos gostos e afinidades, coisa que é humanamente perdoável, mesmo tendo-se acesso a informações, sejam elas numa busca autônoma, sejam com o auxílio de um mestre ou guia.

Somos, também, seres políticos, afinal vivemos em coletividade e precisamos resguardar nossos direitos, caso contrário caímos na máxima de Brecht do analfabetismo político, passíveis de estarmos alheios ao direito que nos é legítimo.

Tomar partido e alimentar seus ideais pode provocar admiração de poucos e indignação de muitos, mas é o preço a ser pago àqueles que se atrevem a escrever a história de seu tempo, que lhe é cara e nem sempre instantânea.

Mas política é assim mesmo.

É um grande jogo e os blefes são permitidos até caírem no descrédito e deixarem seus vaidosos jogadores à margem do ridículo, com um vácuo de credibilidade diante de suas próprias atitudes.

A pluralidade nos grupos humanos não é exclusiva da política partidária, felizmente.

Vide a quantidade de direcionamentos religiosos, artísticos e desportivos existentes.

Se a unanimidade é burra, a diversidade opinativa é a tentativa de se estabelecer uma sociedade respeitando as diferenças.

Com respeito - sem tolerância - pois o tolerante figura como um agente superior e benevolente de acordo com aquilo que lhe apraz.

E nessas tentativas de construção de uma sociedade mais equilibrada, de tempos em tempos surgem os que se intitulam “salvadores da pátria” ou com projetos alternativos a àquilo que está estabelecido.

Desde pequenos somos influenciados a termos nossos super heróis e quando adultos, mesmos inconscientes, buscamos a figura de um ser que venha a nos defender contra a injustiça e do mal.

Sejam essas ameaças materiais ou espirituais, rogamos ao nosso protetor defesa diante de nossa frágil condição. 

Se vivemos coletivamente, precisamos de um projeto construído por muitos, numa conivência pautada por valores que contemplem as necessidades dos seus, dentro das possibilidades peculiares a cada um. 

Não no determinismo de castas, mas na sublime liberdade de se reverter as condições adversas apresentadas, pautadas pela ética estabelecida na construção de uma efetiva cidadania.

Numa linguagem metafórica, parece que a REDE é muito mais apropriada que uma “corrente”.

Apesar de ambas nos remeterem a ideia de “união”, os elos da corrente são lineares e menos abrangentes.

A REDE estabelece seus nós numa área muito maior e com adjacências mais amplas num propósito de muito mais eficaz em seus objetivos.

E mais: a “Rede” não tem apenas um compromisso com o indivíduo, mas também com os fatores que garantem sua subsistência, ou seja, o ambiente ao qual o mesmo está inserido.

De nada adianta ter uma musculatura hipertrofiada se não dispuser do oxigênio necessário a suprir sua combustão às vigoras contrações.

Se os fios da “Rede” representam a presença humana, o vazio que a caracteriza são os fatores subjetivos que possibilitam sua existência.

É dentro dessa preocupação e desse propósito que surge o projeto de REDE DE SUSPENTABILIDADE.

Uma ativa participação dos destinos da humanidade com seus avanços tecnológicos, respeitando os limites presentes na natureza.

Todo ser vivo é um importante coadjuvante dos fenômenos terrestres submetidos aos fenômenos naturais, sujeitos a influência antropogênica.

A homeostasia social reflete o cuidado com que se tem com o ambiental.

Assim, o preconceito virou um conceito consciente e assumido numa co-responsabilidade na construção de um mundo melhor para todos os seus habitantes a partir, quiçá, de terras tupiniquins.

Os agentes somos todos nós, cada qual com suas contribuições e responsabilidades.

Do crédito a esses compromissos, afloram testemunhos que validam seus propósitos como pontos luminosos na atmosfera densa e escura que paira nos olhos dos descrentes dos sistemas políticos vigentes.

- Depoimento de Gilberto Gil

Vale a pena ouvir o que essa acreana, que foi alfabetizada aos 17 anos de idade e cujo pensamento flui de forma leve e graciosa, diz a respeito dessa nova proposta da Rede de Sustentabilidade:

- Roda Viva - parte 1

- Roda Viva - parte 2

- Roda Viva - parte 3

- Roda Viva - parte 4


Rogério Francisco Vieira
Professor e Biólogo

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