domingo, 16 de junho de 2013

Ser, Ter e Ostentar

Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná

E se as plantas pensassem?

Já pensou se uma samambaia tivesse inveja de uma rosa e de uma orquídea pelo simples fato destas exibirem suas admiráveis flores?

Mas vaidade é sentimento exclusivamente humano e motivo de inúmeras demandas, discórdias e afirmações.

Os anseios humanos nos dias atuais, principalmente no modelo político capitalista, não se satisfaz em apenas “ser”, rompeu a barreira do “ter” e mergulhou de vez na prática do “ostentar”.

Não basta ser mais um entre milhões, mesmo que o Livro da Lei diga que somos todos irmãos e que os princípios individuais constitucionais nos garantam igualdade de condições.

Ter o poder passou a ser determinante para as conquistas ao longo da história.

Assim, “irmãos” subjugados passaram a servir aos poderosos detentores do poder.

Vieram as invasões civilizatórias, as pregações religiosas aos "sem" alma, chegando até as ditaduras de controle social àqueles desprovidos de visibilidade social, pois “eles” sabem 
quais são as necessidades das massas.

Mas ditadura é coisa de pseudocomunistas ou de neofascistas e as populações “modernas” e adeptas das novidades tecnológicas não se satisfazem em apenas possuir suas parafernálias que o dinheiro pode comprar.

É necessário mais, muito mais.

Seus caprichos arraigados clamam em aparecer para torná-los distintos de seus apáticos e fiéis aduladores.

A ostentação é a comprovação que seu “deus” é poderoso e faz milagres, bastando se render ao evangelho do sucesso e comungar do banquete dos abençoados.

Facilmente, a máxima do “sou logo, existo” é substituída por “tenho, logo posso” e em nome da fé, pode-se ditar a moda das novas tendências.

E a nobre missão do magistério, cujo intento é possibilitar acesso ao conhecimento e a apropriação do mesmo para uma elevação moral, fica refém de si próprio.


Os intocáveis acadêmicos vaidosos se deixam levar pela onda de uma democracia desigual para impor suas teorias de citações de rodapé, com o objetivo de fundamentar suas idéias ao conjunto sem a devida representatividade intelectual.

Enquanto isso, a mão-de-obra barata e sem o devido respaldo social, desdobra-se na educação das séries iniciais na formação dos pequenos cidadãos.

Que o hermético academicismo tenha voz em seus independentes pensadores e que, juntamente com colaboradores anônimos e auto-didatas, expressem por meio das ciências e da arte o real valor da essência humana.

Do contrário, aquele que "é" bom e com nobres princípios, sumirá diante daqueles que possuem o poder que, por sua vez, são superados pelos que ostentam suas conquistas materiais.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor 




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