quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Homem Livre


Seja qual for o tipo de compromisso que você assuma, isso não pode lhe tirar a liberdade. Primeiramente porque você teve o livre arbítrio de assumir ou não uma situação.

Somos seres sociáveis, necessitamos de cuidado no início de nosso desenvolvimento biológico e psicológico. Porém, isso não nos torna escravo, submisso ou isento de vontade própria.

O discernimento saudável nos torna capazes de saber reconhecer, agradecer e de sermos generosos com as pessoas que nos cercam.

A subserviência não combina com a capacidade intelectual da qual, potencialmente, somos dotados. Nossa existência deve ser marcada
pela busca de uma evolução espiritual, pois aí reside o grande desafio em se almejar as qualidades de uma socieade mais justa e fraterna. Afinal, não existimos apenas pelo fato de existir. Não somos protagonistas passivos do fenômeno chamado vida.

Somos as criaturas mais complexas dessa biodiversidade terrestre, capazes de fazer com que os registros de nossa história sejam
transmitidos de geração em geração. Pode até nos causar estranheza o modo de como nossos antepassados viviam. Uma tecnologia limitada, uma maneira bruta de se relacionar com a natureza sem a preocupação ecológica dos dias atuais, assim como nossos descendentes irão nos taxar de atrasados sob suas óticas.

A busca da liberdade é algo que nos remete a eternidade. Mas o que é ser livre? Talvez a melhor resposta foi dada pelo filosofo grego Aristóteles:

"Liberdade é a capacidade que o todo homem tem de fazer somente o bem".

Parece bastante razoável, pois a prática do bem teria grandes chances de escancarar as portas aos buscadores do "mundo" livre. 

Porém, essa percepção também não é a mais exata e completa devido ao fato de que o "bem" e o "mal" serem relativos, na concepção de culturas diferentes.

Durkheim, eminente sociólogo, teve a liberdade suficiente para interpretar a capacidade de coerção do ser humano. Percebe-se que
mais que existir, o homem tem a necessidade de uma aceitação por parte de um grupo e, aí deixa de ter uma personalidade individual
para assumir as regras de seu agregado.

Ainda assim, apesar das normas e doutrinas sociais, a pessoa pode traçar sua existência com uma marca própria, pautada pela sua
maneira de conceber o mundo no qual está inserida.

Mesmo no matrimônio pode-se respirar o ar da liberdade. O casamento é um contrato entre duas pessoas afins que, trazendo bagagens culturais diferentes, optam em somar forças complementares para uma feliz convivência. Ser livre, neste caso,
não é sair e chegar na hora que bem entender. A liberdade consiste na confiança acordada entre as partes, pois um não é dono do outro. É a segurança de que se pode fazer tudo, sem que se possa gerar prejuízos para a outra parte, caso contrário a própria estrutura estabelecida perderia seu legítimo objetivo, transformando-se numa prisão de sentimentos e anseios.

O ser humano é livre por natureza e é isto que lhe confere a coragem de mudar o mundo na busca de uma existência muito mais
aprazível.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

    

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Poder do Vegetal


Essa canção eu fiz após uma maravilhosa e divina experiência com o Vegetal (União do Vegetal / Santo Daime).

Ao violão, meu irmão Rogelson Vieira.


Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor
                                        


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mitocôndrias Polonesas


E as aparências continuam enganando...

Somos vítimas de nossos próprios sentidos. Os olhos contemplam e o cérebro, numa fração de segundos, decreta que se reluziu é ouro e que se tem fumaça, há fogo. É o óbvio! Não é preciso ser gênio para tirar tais conclusões. O senso comum a tudo satisfaz, está longe das críticas e da rebeldia de pensamento. Faz com que tudo pareça normal, natural e previsível.

É o conjunto que garante o produto final das coisas, porém é o detalhe que faz a diferença. É aquele que muda a apoteose, que atinge o objetivo, que confere a essência e a qualidade. Num bolo, quem é o mais importante o fermento ou a farinha? Só com a farinha, não haveria crescimento; só com fermento, não daria a liga da massa. Assim, cada detalhe, cada elemento é fundamental para o bom êxito das coisas. O bolo de chocolate é gostoso porque é de chocolate e não por conter fermento, mas ninguém duvida da importância deste último. Após o resultado de uma partida de futebol, onde o time do coração fez cinco gols no temido adversário e não tomou nenhum, a torcida inebriada exalta a artilharia. Já depois do jogo, luzes e microfones convergem para o artilheiro, dando destaque ao herói da conquista, valorizando seu grande feito. 

Mas, ele não esteve em campo sozinho, seus companheiros tiveram suas cotas de participação na vitória e, principalmente, o solitário goleiro que impediu um possível revés no saldo final da partida.

Somos milhões de brasileiros dispersos numa verdadeira miscelânea étnica. Nisseis, cafuzos, mulatos ... identificados pelos seus fenótipos, sobressaindo-se de sua sutil bagagem gênica. O olho puxado, o cabelo pixaim, a concentração de melanina na pele, o formato do crânio, a distribuição de pêlos pelo corpo, tudo serve como elemento de rotulagem. E para completar a confusão, o sobrenome do indivíduo tenta anunciar sua linhagem, sua origem, que muitas vezes parece zombar com o bom senso de um padrão populacional.

A genética básica nos ensina que os 46 cromossomos [(22+X) + (22+Y)] são os responsáveis pela combinação bioquímica a partir do fenômeno da fecundação. Porém, o gameta feminino contrubui com um "algo a mais". O zigoto formado a partir do encontro das células sexuais, conserva a herança mitocondrial materna. A mitocôndria é o organóide relacionado com os processos energéticos da célula, assimilando o gás oxigênio para a respiração celular. Além disso, é uma organela de origem polêmica, já que possui a capacidade de autoduplicação pelo fato de conservar seu próprio material genético.

Assim, a disposição para o trabalho - seja ele físico ou mental - pode estar diretamente associado a bagagem mitocondrial materna. 

Se o pai é diretamente responsável pela geração de um menino ou de uma menina, da mãe estes podem herdar a afinidade de seu modus operandi.

No meu caso, o Vieira acusa uma raiz lusitana e provavelmente judia convertida em novo-cristão por conta da perseguição religiosa da Europa na época de meus antepassados. Apesar disso, nutro uma simpatia natural pelas coisas relacionadas a região geográfica da águia branca coroada, tal como o gosto pela cultura e culinária do povo polonês. A curiosidade por Leminski, o gosto pelo pierogi e pela vodca e, a admiração pela figura do corajoso polonês heliocentrista Nicolau Copérnico, parecem reforçar essa minha tese. Até a camiseta do "Solidariedade" de Lech Walesa cheguei a usar em apoio a abertura política polaca, numa demonstração da liberdade de expressão, sem nenhum vínculo partidário.

Curitiba possui a terceira maior população de descendentes de poloneses do mundo. O grande evento que marcou a memória dessas pessoas ocorreu em junho de 1980 com a visita de Karol Józef Wojtyła (papa João Paulo II, o João de Deus) e lá estava eu, levado por minha mãe, numa concentração de milhares de admiradores no Centro Cívico da capital dos paranaenses. Foi um momento de grande emoção para os católicos fiéis em recepção de seu grande líder.

Por essas e outras, minhas mitocôndrias não escondem esse meu lado polaco de ser.
Pokój i Miłość.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor (com mitocôndrias Woitowski e Kaminski)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O "Senhor" Tempo.


Tempo, tempo, tempo... O “senhor” da razão.

A maturação agrega qualidades diferenciais ao produto e traz ao homem conhecimento e discernimento. Os processos naturais ocorrem independentemente da cronologia humana, apesar da ação antropogênica poder catalisar o desequilíbrio ambiental.

Vendo que os eventos na natureza são periódicos e que permitiam serem mensurados, o ser humano tratou de sistematizar a sua existência fixando pontos de referências na história da humanidade. 

Calendários maias, julianos, gregorianos entre outros, passaram a registrar o tempo a partir de um dado astronômico, como por exemplo um solstício ou um equinócio.

A bula papal que oficializou o calendário gregoriano no século XVI, extirpou dez dias do calendário juliano – até então predominante no continente europeu – com o objetivo de adaptá-lo a contagem de tempo, baseando-se na rotação da Terra em seu próprio eixo e na translação da Terra/Lua em torno do sol, inclusive com a criação do ano bissexto com o intuito de “zerar” os desvios cronológicos verificados durante o decorrer dos períodos.
Independente do analógico ou do digital, o relógio biológico dá o compasso para a biodiversidade do planeta, proporcionando a floração, a germinação, a migração, o sono e o momento de parir ou eclodir.

Entre as pessoas, o “time” é distinto. Enquanto uns demoram para processar uma situação, outros tomam decisões abruptas, muitas vezes precipitadas. Mas o que é certo? Fazer a hora acontecer ou esperar acontecer a hora? Muito relativo.

E quando se trata do tempo associado ao sentimento, a razão escorre entre os dedos e a paixão rasga o coração. Assim, num raro momento de inspiração o cantor e compositor pernambucano Alceu Valença fala sobre a Solidão, um sentimento de acomete mesmo aqueles que vivem cercado de pessoas:

“A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.”

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e professor
Curitiba, dezembro 2012

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Aterosclerose ≠ Arteriosclerose


Ambas são patologias relacionadas aos vasos sanguíneos, mais precisamente as artérias.

Femoral, braquial, carótida, aorta, são algumas das mais importantes do nosso corpo. A grande maioria transporta o sangue rico em gás oxigênio, necessário aos processos energéticos do organismo. Apenas nas artérias pulmonares e do cordão umbilical o sangue encontrado é o venoso,  predominando o dióxido de carbono.

A ARTERIOSCLEROSE, caracteriza-se pelo enrijecimento da parede arterial, geralmente devido ao envelhecimento natural. 

Nosso miocárdio é o grande músculo responsável em fazer a circulação sanguínea, através de seus movimentos sistólicos e diastólicos. Porém, as artérias possuem um revestimento muscular, daí serem mais calibrosas que as veias, auxiliando na propulsão do sangue. Com a perda dessa capacidade, a pressão no meio circulante pode diminuir ao ponto de provocar uma insuficiência cardíaca, capaz de trazer sérias consequências na homeostasia orgânica, podendo levar o indivíduo ao óbito.

Já a ATEROSCLEROSE, está associada ao processo de acúmulo de substâncias, geralmente lipídios, na parede interna da artéria. 

Sua incidência está relacionada diretamente ao abuso no consumo de alimentos gordurosos. Os “ateromas” - placas de gordura – dificultam a hemodinâmica do organismo, sendo responsáveis pela ocorrência de angina e de acidentes vasculares.

Gordura, todo corpo necessita. Seja para a composição da arquitetura das membranas celulares, seja para a formação do panículo adiposo para proteger órgãos de choques e pancadas ou mesmo como um isolante térmico, evitando a hipotermia.

Um importante elemento regulador para o metabolismo de lipídios é o colesterol. Bioquimicamente, trata-se de uma molécula de álcool de grande cadeia e insolúvel no sangue. Por isso, para ser transportado ele precisa se ligar a lipoproteínas, caso contrário ocorre seu acúmulo e, consequentemente, prejuízos nas vias circulatórias.

São três os tipos de colesteróis:
-        Low Density Lipoproteins ou LDL: conhecido como o “ruim”, já que favorecem o aparecimento de ateromas.
-        High Density Lipoproteins ou HDL: considerado o “bonzinho”, pois impede a formação dos ateromas.
-        Very Low Density Lipoproteins ou VLDL: sem grandes riscos, por enquanto.

Como evitar o “malvado”? Com uma dieta reduzida em gordura animal.

Alimento de origem vegetal é isento de colesterol!

Tire a “gordurinha” da picanha e deguste-a com parcimônia.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor
Curitiba, novembro de 2012



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O LULINISMO E SEUS DISCÍPULOS

Primeiramente, nada contra o Luís Inácio da Silva. Porém, tudo contra àqueles que querem canonizá-lo. Minha opção política sempre foi o socialismo. Em nossa infante democracia tive a oportunidade de votar em políticos desse viés pragmático, uns firmes em seus ideais, outros menos que, por conta de um capitalismo globalizado avassalador, praticam seu mimetismo fisiológico, assombrados pelo medo de sofrerem a amnésia por parte de seus futuros ou fiéis eleitores. 

Gosto do Lula! Pessoa comum e visceral como a grande maioria dos brasileiros. Toma cachaça, conta piada, torcedor apaixonado, enfim, um cara do bem e que se deu bem. Num sistema capitalista, não é pecado enriquecer. Muito pelo contrário, se embasado em princípios protestantes então, é uma benção. Isso porque não basta ter, tem que mostrar a graça obtida e demonstrar a grandiosidade de seu Deus pelas suas conquistas que enchem os olhos dos incautos incrédulos, também ansiosos em ter o carro do ano, a casa de veraneio, as roupas de marca, etc. Não era o caso do Lula, sem nenhuma ironia no comentário. 

É natural perceber que um malte escocês é bem melhor que a cachaça, que além da piada, Mozart faz bem aos ouvidos e regozija a alma e que o futebol, mais que paixão, é mais uma das formas de desportismo que pode trazer saúde e disciplina e não apenas fazer milionários que preferem os euros ou dólares, contribuindo com a fantasia de jovens que deixam os livros e se lançam de pés e cabeça na ilusão de poucos. 

O grande problema não é o LULISMO, mas sim o LULINISMO.                  

O Lulismo reúne os admiradores de Lula. Seja apenas no pleito, fazendo o “L” com a mão ou vibrando com suas aparições na mídia, enaltecendo a diminuição da pobreza e ignorância do país, mesmo que isso seja uma tendência mundial, independente da opção partidária. De burro ele não tem nada. Lembram-se do episódio em que ele alertou Requião que mamona não é comestível e sim combustível, enquanto o ex-governador do Paraná enchia a boca daquele fruto? Ser Lulista é gostar do Lula e admitir que na condição humana, erra-se e tenta-se aprender com os erros. 

O grande equívoco está prática do LULINISMO. Uma doutrina que propaga os feitos de Lula e que não admite macular a imagem desse "santo" cidadão. Que tenta blindar o seu caráter "puro" e até "ingênuo", diante das trapalhadas de seus seguidores. Afinal, sua aura "límpida e cristalina" nada tem em comum com esses Judas envolvidos com escândalos dilapidadores do erário público. Ao ver tanta trapalhada, Lula deve pensar “Pai, perdoa porque eles não sabem o que fazem, deviam ter me consultado como fazer”. 

Ser Luninista é encontrar o erro em terceiros. É achar que o legislativo é acéfalo e que faz o jogo de uma imprensa corrupta contra seus discípulos. Que é natural que os sindicatos cobrem seus dízimos de seus filiados e tentem fazer de seus dirigentes vereadores, deputados, senadores, etc, em nome da força de sua categoria, reforçando sua representação e aumentando sua legião de fiéis. Ser Lulinista é fazer o profano virar sagrado. O humano virar um mestre ascencionado e arrebanhar seguidores prontos a lutar contra tudo e contra todos que possam manchar a sublime imagem de seu líder. 

Assim, como não foi Jesus que criou o cristianismo, tenho certeza que Lula não teve o objetivo de fundar o Lulinismo. 

Na esfera espiritual, muitos erros foram cometidos pelos cristãos.   

Tomara que na esfera política, os Lulinistas não cometam atrocidades ao ponto de, em nome de Lula, provocarem uma guerra entre seus semelhantes que não seguem seus dogmas. 

Rogério Francisco Vieira. 
Professor e Biólogo. 
Curitiba, novembro de 2012.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A Equivocada Jactância Bairrista.


Tudo bem que valorizar a prata da casa é importante.

Reforçar os costumes e a cultura local, transmitir de geração em geração a bagagem histórico-cultural da terra e de seus personagens é louvável. Isso dinamiza a coerção do grupo, conservando suas peculiaridades e o distingue de outros tipos de associações. Afinal, a pluralidade cultural torna o país encantador e fascinante.

Se pertencemos a mesma espécie, o patrimônio genético segue o mesmo padrão. A organogênese é a mesma: braços, pernas, dedos, tudo distribuído conforme o modelo anatômico humano. Apenas os fenótipos denunciam as características étnicas que, biologicamente, não chegam a definir raças entre os humanos.

Portanto, entender que somos iguais, fica mais fácil reconhecer e respeitar as diferentes opiniões e tradições. Essa aceitação só deixa de existir quando tratada politicamente, onde um grupo quer possuir uma hegemonia sobre o outro, numa relação de domínio e de posse, de imposição de uma filosofia totalitária onde o dominador garante as facilidades da camada favorecida, mantendo o status quo da máquina insensível de exploração.

Privilegiar algo ou alguém só pelo fato de pertencer a sua área geográfica ou grupo social e, pior, fazer uma apologia xenofóbica é, no mínimo, uma demonstração de um livre arbítrio comprometido. Uma escolha nem tão livre e com baixa generosidade.

Nada melhor que fazer uma escolha sem se levar em consideração as amarras bairristas e livre de um sentimento de culpa.

Posso ser brasileiro, mas fazer a opção pelo rock ao invés do samba.

Posso ser paranaense, mas preferir feijoada no lugar do barreado.

Posso ser curitibano, mas ter uma maior simpatia pelo Fluminense em relação ao Coritiba.

Isso não me torna menos brasileiro, menos paranaense ou menos curitibano.

Afinal, numa linguagem metafísica, nós não somos – nós estamos – pois tudo é relativo.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo, professor e coxa-branca (mas também torcedor do Tricolor das Laranjeiras, do Colorado gaúcho e do Verdão paulista).

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mente e Alma

-->
Em meus olhos podes ver o brilho de minha alma, sem invadir a minha mente.

A alma é a energia vibratória que, em sua frequência, pode atrair proteção, curar e afastar a negatividade.


A mente é uma célula blindada – o núcleo divino – onde habita o livre arbítrio, a sabedoria e as sóbrias intenções.

Como energia, a alma pode ganhar ou perder forças, pois está cercada de outros seres com maiores ou menores intensidades energéticas. Uns a sugam como vampiros sedentos, outros a absorvem numa doação intencional reanimadora com o intuito de fortalecer áreas ora debilitadas.

A alma varia de acordo com as condições psicofísicas.

Já a mente é perene, lúcida e inviolável. É protegida por uma cápsula que distingue o homem dos demais animais em sua vocação racional. Porém, sua vulnerabilidade pode trazer o desequilíbrio e a loucura.

Mentes brilhantes auxiliam o planeta em sua evolução espiritual.
Almas solitárias são inócuas. O grande valor está no conjunto vibracional. Isso permite um consonante fluxo energético na busca da harmonia da existência. Assim, a união potencializa as intenções humanas, proporcionando maiores chances de êxito em seus propósitos.

A mente sadia é consciente que o equilíbrio está na soma energizante das almas, do bem viver no coletivo, dando e recebendo de acordo com suas necessidades.

O homem é um ser social que tem a medida de seu semelhante e o reconhece como tal.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor




sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Equidna Albina

Trata-se de um exótico mamífero ovíparo, daí o fato das fêmeas não possuirem mamilos. Mede cerca de 30 cm, tem hábito noturno e sua alimentação consiste basicamente  em insetos.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vinho - Bebida dos deuses.


Poucas são as substancias que guardam, além de suas propriedades organolépticas, uma forte bagagem histórica, filosófica e cultural como o soberano vinho.

Sua mística envolvente vai desde sua origem botânica até os versos inspirados dos poetas apaixonados pela vida e por esse supremo néctar.


A planta que dá seu fruto é testemunha de sua própria nobreza.


De uma condição de erva trepadeira, desenvolveu mecanismos para atingir as alturas através de suas gavinhas e de seus tropismos em direção ao sol. 

Não satisfeita em rastejar, o vegetal tratou de se agarrar em substratos diversos para ganhar altura para melhor processar suas moléculas de carboidrato e de etanol, tal como Caetano Veloso em seus versos destacou o ofício de toda planta em assimilar a luz do sol para traduzir em produto orgânico o resultado da reação de fotossíntese.


Então, ao degustar uma taça de vinho, sorvemos os esforços empregados pelos três agentes participes determinantes na obtenção de tal líquido emblemático. 

Primeiro, o esforço da própria planta em sintetizar o glicídio que caracteriza o seu sumo, resistir às intempéries a ação de pragas e predadores.

Segundo, a discreta , mas fundamental , participação do levedo que na fermentação possibilita o teor etílico da bebida. 

Terceiro, o esforço humano no cuidado em se obter um produto final de qualidade, atendendo aos mais requintados paladares.


Apesar de o processo ter sido acidentalmente verificado, a intervenção do homem desde o cuidado e seleção das cepas de plantas e fungos e, até o mecanismo de produção do vinho, fez com que a técnica fosse dominada e controlada com o objetivo de atingir os melhores atributos da bebida em cada garrafa.


Num misto de satisfação e inspiração, o grande Galileu Gallilei, disparou: “O vinho é a alegria engarrafada.”


Rogério Francisco Vieira.
Biólogo e Professor.

sábado, 7 de julho de 2012

Pela Justiça Social


Quando se trata de política, pelo menos uma coisa passa a ser a máxima dos discursos, independente da ideologia praticada: a “Justiça Social”. Até mesmo os governos absolutistas, fundamentalista e ditatoriais, sustentam um discurso de que a administração deve ser comandada com braço forte a fim de garantir aos seus tutelados o atendimento às suas necessidades e, portanto, cada qual recebendo o que lhe é “justo”. 
            
Porém, só é justo aquilo que se traduz em verdade e que está acima de qualquer dúvida, expressando uma condição irrepreensível quanto ao seu valor. Esses dois elementos – justiça e verdade – corroboram para instalação da mais perseguida sensação idealizada pelo ser humano: a liberdade. Essa tríade formada pela justiça, pela verdade e pela liberdade seria a grande responsável pela construção do modelo ideal para o convívio harmônico de todos os indivíduos de um núcleo social. 

Acontece que o substrato fértil para esse modelo, representado pela verdade, é relativizada em sua prática pelos interesses dos homens o que acaba distorcendo a sua verdadeira essência. Esse artifício serve para ajustar a real intenção de cada um pois, o que é verdade para um, passa a ser erro, ou no mínimo um equívoco, para outro. 

Assim, a análise de uma sociedade é feita sob a ótica de uma realidade e não de uma verdade. Tal verdade só poderia ser obtida com o auxílio dos outros dois elementos dessa tríade formada pelos adjetivos sublimes ora citados, coisa muito longe de ser alcançada, ainda. Nossa sociedade está muito aquém de ser considerada a ideal. 

Nessa pluralidade de discernimentos e embalados pelos fundamentos democráticos, busca-se incessantemente a instalação dessa tão sonhada “justiça social”. Longe de se querer que todos tenham a mesma opinião, gostem da mesma cor ou que tenham o mesmo paladar. O grande sinergismo está na capacidade de se reconhecer e se respeitar as diferenças, sejam elas filosóficas, religiosas ou ideológicas. Como ser “da” justiça social se ela ainda não existe? 

Ao se rotular algo como sendo disso ou daquilo, fazemos referência algo que já existe, é ponto pacífico. Veja o exemplo: tal artigo é “da” constituição; a estrela faz parte “da” constelação; o pinheiro-do-paraná é típico “da” floresta de araucárias; etc. 

Quando se trata de um movimento político imbuído de nobres valores para atender os anseios populares, torna-se mais apropriado a terminologia “pela” em substituição ao termo “da”, numa alusão explícita daquilo que se tem por objetivo conquistar. Vejamos as campanhas: “movimento pelas diretas”; “movimento pela liberdade religiosa”; “passeata pela liberdade de imprensa”; etc. 

Sendo assim, uma legenda política deveria carregar em seu nome a verdadeira intenção na busca da construção de uma sociedade muito mais equilibrada, madura e evoluída. Por isso sua correta denominação de PARTIDO PELA JUSTIÇA SOCIAL, pois se ela já existisse não haveria tantos conflitos, tantas guerras e tantas desigualdades.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Filantropia


                        Viver numa sociedade onde ocorre a divisão de trabalho entre seus membros não é um fato exclusivo entre os seres humanos. Algumas espécies de insetos, como as abelhas por exemplo, praticam harmonicamente uma natural hierarquia funcional, influenciada por uma pré-disposição genética. Numa colmeia, zangões com um patrimônio gênico reduzido diferenciam-se das operárias e das rainhas, tanto em tamanho quanto em sua participação sistemática na sociedade melífera.

                        O fato mais determinante que nos diferencia dentre os demais personagens da  diversidade faunística do planeta – além da capacidade racional acentuada – é a sensação de compadecimento que podemos ter uns pelos outros. Dessa forma, movidos  por um espírito fraterno, somos levados às mais diversas ações para atender aos mais necessitados, àqueles que ainda, infelizmente, figuram negativamente as estatísticas sociais ou ambientais.

                        Segundo os registros históricos, o termo filantropia é atribuído a Flávio Cláudio Juliano, um imperador romano com breve mandato de 20 meses, iniciado no ano de 361 dessa Era Cristã, encerrando-se precocemente com sua morte.

                        Juliano foi severamente combatido pela Igreja Romana pelo fato de dar valor ao paganismo, reconhecendo-o como uma forma de religiosidade. Sua atitude teve classificação herética por parte das autoridades religiosas, passando a ser considerado um apóstata, pois renuncia sua condição de cristão, ao reconhecer tais manifestações populares com todo seu escopo religioso tido como pagão, desconsiderados pela hegemonia católica daquela época.

                        Assim, o surgimento da expressão filantropia aparece como uma forma alternativa no lugar da tão pregada “caridade”, sedimentada nos meios do catolicismo daquele tempo, reiterada por campanhas fraternas nos dias de hoje. Ainda nesse sentido, movimentos espiritualistas modernos chegam a sugerir que “sem caridade não há salvação”, numa alusão explícita de que todo ato humano está sujeito a uma aprovação divina, numa perspectiva de se conquistar as graças da salvação.

                        Saindo da seara religiosa, a filantropia figura como o mais puro amor à humanidade, seja realizada por iniciativa individual, como também por uma ação coletiva e organizada em clubes de serviços, intervenções governamentais, movimentos de instituições privadas ou simplesmente por comoção de grupos formados para  sanar necessidades emergenciais.

                        Ademais, o filantropo não fica restrito apenas em auxiliar o seu próximo, ao indivíduo de sua própria espécie. Sua ação inclui o socorro aos animais abandonados que não contam com a sorte da assistência de um responsável; aos animais silvestres, na garantida de uma ambiente que possibilite sua perpetuação e as plantas que, exploradas de forma impiedosa, veem-se na eminência da extinção, agravando incisivamente o aspecto ambiental do planeta.

                        Por fim, a filantropia é tida como a prática incondicional para o atendimento das mais variadas necessidades que podem atingir direta ou indiretamente o ser humano, num exercício efetivo do humanismo na busca da construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
 
Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

terça-feira, 19 de junho de 2012

Duas rodas, feitas pra cair?





Absolutamente, não!

Para os não adeptos do motociclismo, um dos argumentos mais freqüentes para inibir o uso da motocicleta é o de que se trata de um veículo instável sob duas rodas.

Utilizam-se dessa máxima para desencorajar quem quer que seja para o risco de se pilotar “algo” que não disponha de pelos menos três pontos de apoio e garantir uma estabilidade por si só, pois o equilíbrio da máquina mesmo em repouso estaria garantido.

Porém, a leis físicas da cinética demonstram que é perfeitamente possível e seguro o deslocamento de um corpo sob duas rodas num eixo longitudinal.

Somando-se a eficácia do impulso, a baixa inércia permite a saída do estado de repouso da motocicleta, garantindo sua estabilidade durante a trajetória, com uma combinação de forças em equilíbrio numa trajetória linear.

O que pode provocar uma variação no eixo de estabilidade e, promover uma queda pelo fato de se extrapolar o centro de gravidade da motocicleta em movimento são dois fatores determinantes: os endógenos e os exógenos.

Os endógenos, referem-se as condições psico-fisiólogicas do piloto, ou seja, as suas condições de avaliação e discernimento com relação ao ambiente em que trafega.

No campo psicológico, os acidentes geralmente estão associados ao estado mental em que o motociclista se encontra.

Stress, estado de ânimo alterado após uma situação indesejada, uso de álcool e outra drogas, incluindo-se certos medicamentos, dores, o comprometimento dos sentidos e, até mesmo um mal súbito podem justificar uma queda ou colisão.

Já os fatores exógenos, independem das condições da motocicleta e de seu condutor, desde que a máquina se encontre em perfeitas condições de uso e que o motociclista esteja em suas plenas condições mental e física.

Claro que a destreza e prudência são peculiares a cada um, mas isso faz parte de fatores endógenos, desenvolvidos a partir de suas experiências de pilotagem.

Como elementos exógenos e que poderiam provocar a instabilidade da motocicleta, ocasionando a queda de seu condutor, estão as condições de rolamento de sua máquina, ou seja, a perfeita aderência do pneu, adequado ao piso em que se trafega e, evidentemente, levando-se em consideração os demais aspectos mecânicos e/ou elétricos. 

Pista molhada diminui o atrito, deixando o piloto vulnerável a quedas.

Pedras, óleos, bueiros, trilhos de trens, etc – são verdadeiras armadilhas com as quais o motociclista pode se deparar.

Até o excesso de luminosidade pelo automóvel em faixa contrária e pelo sol nascente ou poente, podem trazer riscos a uma bom e seguro deslocamento.

Portanto, o fato de uma motocicleta ser composta apenas por duas rodas não justifica o perigo em si, mas sim um conjunto de fatores que interferem na boa condução da mesma.

E, pra finalizar, considerando-se os fatores anteriormente citados, nada melhor que minimizar os riscos de um acidente obedecendo as leis de trânsito e de fazer o uso de equipamentos de proteção individual.

O capacete é obrigatório, mas também é recomendável que se invista em roupas adequadas, botas, luvas, óculos, etc, no intuito de aumentar sua segurança física e proporcionar um prazeiroso e confortável tráfego nos mais diferentes tipos de vias.

Viva a liberdade sobre duas rodas!

Rogério Francisco Vieira.
Biologo e Professor