terça-feira, 19 de novembro de 2013

Rock pra Hiram




Como ousas aqui bater?
Como ousas aqui bater?


Nosso mestre morreu
Teve o corpo ocultado
Saia já daqui
Seu semblante é culpado


Como ousas aqui bater?
Como ousas aqui bater?


Suas mãos estão sujas
Seu coração maculado
Se afaste daqui
Nosso templo é sagrado


Como ousas aqui bater?
Como ousas aqui bater?


Traição desprezamos
Você é um réu condenado
Vá prá longe daqui
Tudo está consumado


Como ousas aqui bater?
Como ousas aqui bater?

Letra e música: Rogério Francisco Vieira
Violão base e voz: Rogério F. Vieira
Violão solo e arranjo: Fernando Antunes (Faísca)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Tocar Violão


Instrução para se tocar violão

Que se faça o som!

Que ecoe pelo ar os timbres harmônicos daquele que transita entre o erudito e o popular; entre a rigidez acadêmica e o ingênuo coração adolescente no afã de concentrar milhões de admiradores ou para apenas ver brilhar os olhos de sua musa inspiradora.

Porém, fazer o som pelo som, não é garantia de objetivo atingido e de satisfação proporcionada a si e a outrem. 

O instrumento desafinado causa desconfortos aos menos exigentes tímpanos, traduzindo-se em insuportáveis ruídos inaudíveis, detonando uma verdadeira impotência sentimental.

A tensão correta das cordas do nobre pinho é condição sine qua non para se alcançar a harmonia desejada e traduzi-la na mais pura essência sonora capaz de superar os sustenidos do passado e assegurar os prodigiosos bemóis de um futuro regozijante.

Atendidos os fundamentos acústicos, cabe ao executor o pleno êxito de seu tento artístico. Mesmo que não tenha o vigor de um Paco de Lucia, do gingado sincrético de um Baden Powell ou que se satisfaça, apenas,  com os mínimos acordes de uma canção que não exija grandes proezas de acordes, garantindo os refrões à uma platéia com raso gosto musical.


Rogério Francisco Vieira

(Esse texto faz parte de um exercício da Oficina Literária dirigida pelo escritor Antonio Carlos Viana, baseado no estilo do contista Julio Cortázar).