domingo, 13 de janeiro de 2013

Biologia nos Símbolos do Paraná - Brasão de Armas


Na heráldica paranaense, figuram além dos ramos de araucária (Araucaria angustifolia) e de erva-mate (Ilex paraguariensis), o Homo sapiens sapiens ceifador numa alusão a vocação agrícola do estado e a disposição ao trabalho do pujante povo que coloca à mesa o alimento de milhares de brasileiros.

O vermelho do solo é uma referência a terra roxa proveniente da decomposição de sua rocha magmática basáltica, rica em ferro e extremamente fértil, típica do norte de nosso estado, onde o povo é carinhosamente apelidado de "pé vermelho".

Encimando o brasão, a harpia (Harpia harpyja), ave que encontrou um ambiente propício para o desenvolvimento da espécie, porém em extinção nos dias de hoje.

Atualmente nos resta menos de dez por cento da cobertura vegetal original da Mata das Araucárias, bioma ícone de nosso estado.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Biologia nos Símbolos do Paraná - Bandeira


O Paraná é tido como um dos celeiros de nosso país. 

A soja paranaense é uma das estrelas da produção nacional. Outras culturas como a do milho, a do trigo e a do feijão garantem o abastecimento de grande parte de nossa população em safras auspiciosas. O café já foi nosso “ouro verde”, impulsionando o crescimento e desenvolvimento do norte do estado, mas a forte geada da década de sessenta quase que dizimou por completo o cultivo do Coffea arábica, espécie de rubiácea cujos grãos fornecem a bebida mais comum de todos os brasileiros.

Essa vocação agrícola está explícita nos símbolos do Paraná a começar pelo verde destacado na bandeira, fazendo referência a predominância da cobertura vegetal de seu território.

Ladeando a esfera celeste no centro de sua flâmula, aparecem ramos de araucária e de erva-mate.

A araucária, Araucaria angustifolia, é uma planta da divisão das gimnospermas, nativa e típica da região sul. Seus estróbilos femininos fertilizados produzem uma semente também comestível: o pinhão, muito apreciada nos meses de junho e julho, principalmente. Trata-se de uma árvore de grande porte, perenifólia, com folhas lamino-aciculadas, cujo tronco motivou a ambição da indústria moveleira e da construção civil.

A Ilex paraguariensis, a erva guarani conhecida como mate, também detém seu destaque histórico, econômico e cultural em terras paranaenses. A bebida levada pelos tropeiros até o litoral, despertou o gosto dos europeus, incrementando o chá das cinco dos londrinos. Vale visitar, mesmo que virtualmente, o Parque Nacional do Mate ligado ao Museu Paranaense.  A área de 31,7 hectares localiza-se no município de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

domingo, 6 de janeiro de 2013

Natureza, que beleza!

Ser biólogo é isso: encantar-se pela vida.

Contemplar as mais variadas formas e cores dos reinos naturais.

É entender que todos os tipos viventes devem ser respeitados e 
que o racional pode bem conviver com o emocional.



sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Mago Violeiro




Rogério Gulin

Esse mago da viola,
Sabe tudo do momento
A origem, a história,
Do amigo instrumento
...
Contagia todo mundo
Essa sua habilidade
Não importa a cor, o credo,
Muito menos a idade
...
A vontade e a coragem
De um bravo brasileiro
Traz no peito a emoção
Destemido violeiro
...
Ama os filhos, a família,
Os amigos da canção
Gente boa desse solo,
Muito mais que um irmão
...
Portador desse talento,
Agradeça ao grande Pai
Levar o mais puro som
Da terra dos pinheirais
...
Mestre bom também aprende,
Com o caboclo a lição
Mostrando a vida do campo
No palco do Guairão
...
A missão está abraçada,
Põe mais gente no caminho
Voa longe, voa alto,
Volte sempre pro seu ninho
...
Companheiro eu te desejo
Uma vida abençoada
Pra levar ao mundo inteiro
Essa bela violada


Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor
...................................................................
Uma homenagem ao músico curitibano Rogério Gulin.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Sapiência: a vocação humana.

A preocupação com a utilização de um método para produzir novos conhecimentos é antiga. O matemático e filósofo René Descartes, por exemplo, há mais de três séculos, escrevia a esse respeito:

Os métodos são regras precisas e fáceis, a partir da observação exata das quais se terá certeza de nunca tomar um erro por uma verdade, e, sem aí desperdiçar inutilmente as forças de sua mente, mas ampliando seu saber por meio de um contínuo progresso, chegar ao conhecimento verdadeiro de tudo do que se é capaz.

Método
(meta= para + hodos=caminho) "caminho para", "prosseguimento", "pesquisa".


Para isso, o método indica regras, propõe um procedimento que orienta a pesquisa e auxilia a realizá-la com eficácia.
Metodologia
Estudo dos princípios e dos métodos de pesquisa.


Para sobreviver e facilitar suas existência, o ser humano confrontou-se permanentemente com a necessidade de dispor do saber, inclusive de construi-lo por si só. Ele o fez de diversas maneiras antes de chegar ao que hoje é julgado como o mais eficaz: a pesquisa científica. Os antigos meios de conhecer, entretanto, não desapareceram e ainda coexistem com o método científico.
Nas ciências humanas modernas, o método científico pode ser apresentado das seguintes maneiras:
SABER ESPONTÂNEO – o homem pré-histórico elaborava seu saber a partir da experiência e de suas observações pessoais. Ex.: produzir o fogo a partir do atrito de duas pedras e folhas secas.
- Intuição
Percepção imediata sem necessidade de intervenção do raciocínio (Aurélio). É, por excelência, o tipo do saber espontâneo.

Em nossa linguagem hoje, chamam-se tais explicações espontâneas de "senso comum", às vezes de "simples bom-senso".  Porém, o senso comum pode ser enganador e equivocado, como no exemplo visto nos seguintes ditos populares:
Diga-me com quem andas e te direi quem és.
Os opostos se atraem
Tal pai, tal filho
- Tradição
Esses saberes parecem não se basearem em qualquer dado de experiência racionalizada. Assim, transmite-se, em uma sociedade como a nossa, em crendices como:
13 é o número do azar
Não traz sorte passar por debaixo de escada
- Autoridade
Com frequência, sem provas metodicamente elaboradas, autoridades se encarregam da transmissão da tradição. Desse modo, a Igreja Católica decidiu, muito cedo, regras para o casamento (uniões proibidas entre primos, proclamas, declarações de impedimentos conhecidos) tendo como objetivo prevenir a uniões incestuosas e inclusive consanguíneas.
Sua força deve-se ao fato de que nem todos podem construir um saber espontâneo sobretudo o que seria útil conhecer. Daí a comodidade, para conduzir sua vida, de um repertório de saber pronto. Daí também, em contrapartida, o peso que possuem as autoridades (padres, médicos, bruxos, dirigentes, pais, professores, etc.) que o transmitem e as instituições (igrejas, escolas, etc.) que servem de quadro à transmissão desses saberes.

SABER RACIONAL – muito cedo o se humano sentiu a fragilidade do saber fundamentado na intuição, no senso comum ou na tradição; teve a necessidade de recorrer a um conhecimento mais metodicamente elaborado e, portanto, mais confiável. Suas concepções forma obtidas a partir do positivismo, cujas principais características são:
- Empirismo
O conhecimento positivo parte da realidade como os sentidos a percebem e ajusta-se à realidade. Qualquer conhecimento, tendo uma origem diferente da experiência da realidade – crenças, valores, por exemplo - parece suspeito, assim como qualquer explicação que resulte de idéias inatas.
- Objetividade
O conhecimento positivo deve respeitar integralmente o objeto do qual trata o estudo; cada um deve reconhece-lo tal como é. O sujeito conhecedor (o pesquisador) não deve influenciar esse objeto de modo algum; deve intervir o menos possível e dotar-se de procedimentos que eliminem ou reduzam, ao mínimo, os efeitos não controlados dessas intervenções.
- Experimentação
O conhecimento positivo repousa na experimentação. A observação de um fenômeno leva o pesquisador a supor uma tal causa ou consequência: é a hipótese. Somente o teste dos fatos, a experimentação, pode demonstrar sua precisão.
- Validade
A experimentação é rigorosamente controlada para afastar os elementos que poderiam perturbá-la, e seus resultados, graças às ciências matemáticas, são mensurados com precisão. A ciência positiva é, portanto, quantitativa. Isso permite, que se chegue às mesmas medidas de reproduzindo-se a experiência nas mesmas condições, concluir a validade dos resultados e generalizá-los.
- Lei e previsão
Sobre o modelo do saber constituído no domínio físico, supõe-se que se podem igualmente estabelecer, no domínio do ser humano, as leis que o determinam. Essas leis, estima-se, estão inscritas na natureza; portanto, os seres humanos estão, inevitavelmente, submetidos. Nesse sentido, o conhecimento positivo é determinista. O conhecimento dessas leis permitiria prever os comportamentos sociais e geri-los cientificamente.


Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

Sexualidade na Escola

De acordo com os diversos pensadores ao longo da história do desenvolvimento do ser humano, o verdadeiro homem, independente de seu gênero, é aquele que consegue se apropriar do maior número de informações dentro das ciências, artes e filosofia.

Esse utópico ser contrasta com o homem real, limitado e imperfeito que traça sua existência dentro dos padrões sócio-culturais onde está inserido, vítima dos próprios valores acumulados de geração em geração, muitas das vezes equivocados e alheios aos anseios pessoais e ambientais.

A hegemonia de alguns grupos intervém de forma significativa nos valores culturais, filosóficos e religiosos, impondo suas leis, regras e princípios morais. Na perspectiva da existência de governos fundados em princípios democráticos e que possibilitem as discussões dos mais diversos temas, por mais polêmicos que pareçam, fica mais fácil ouvir aos anseios de uma sociedade que busca ser mais justa a todos os seus cidadãos.

Neste contexto social, destaca-se o papel da escola como reduto de análise, estudo e formação de opinião com reflexo direto no perfil de comportamento de toda comunidade escolar. Assim, a escola laica atende ao seu principal objetivo: a formação de indivíduos sabedores de seus direitos e deveres dentro da diversidade sócio-cultural ao qual estão mergulhados.

Muito se avançou nas questões que envolvem raças, etnias, meio ambiente, direitos humanos, etc. O próprio ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, que acaba de completar 18 anos de existência, não consegue coibir todas as injustiças contra seus tutelados e que, mesmo assim, não deixa de ser legítimo e de ter suma importância.

Chegou a hora e a vez de se tratar de um dos temas mais polêmicos, se não o maior, que permeia as relações humanas desde há muito tempo e que, por muitas vezes, foi construído sobre falsos valores e tabus – a sexualidade humana.

Desde o mais remoto período, os filósofos gregos já sabiam e defendiam que a saúde do corpo dependia da saúde da mente e vice-versa. Nessa linha de pensamento e já sob a ótica da medicina moderna que comprova que um dos males da humanidade é o estresse, torna-se evidente que a vivência plena e equilibrada das pessoas vai além de sua homeostasia biológica. É por intermédio de uma estrutura psicológica que sua idiossincrasia se consolida e lhe confere a maneira de interagir em seu meio social.

Mesmo antes do nascimento, o desenvolvimento intrauterino é espionado para se saber o sexo da criança e, a partir daí, definir se no vestuário desta vai predominar as tonalidades de rosa ou de azul; se o primeiro brinquedo vai ser um carrinho ou uma boneca; se ele vai poder fazer isso ou aquilo. Nos primeiros anos de existência começam a receber os fundamentos dialéticos daquilo que pertence ao universo masculino ou ao universo feminino.

"Menina não faz assim"; "Isso é coisa de macho"; e assim vai sofrendo um bombardeio de conselhos daquilo que pode ou daquilo que não pode diante de sua condição sexual.

Não importa se seus hormônios sexuais e toda sua bioquímica não estejam em níveis normais a fim de garantirem sua masculinidade ou feminilidade. Presume-se que sua postura deva ser assumida pelo simples fato da presença de um pênis ou de uma vagina, não levando em conta seu perfil psicológico. O indivíduo é levado a assumir a vontade a qual o grupo lhe impõe, independente de seus próprios sentimentos. E nesse enredo preestabelecido, as crises começam a aparecer. Críticas, marginalizações e preconceitos passam a impor um modo de viver que, muitas vezes, oculta a verdadeira personalidade, impedindo que seu prazer de viver seja desfrutado de forma plena.

Assim, como para qualquer minoria que se sinta discriminada e excluída, é dada a garantia constitucional de organização, com o intuito de se fazer valer seus direitos civis, muitas vezes ignorados e desrespeitados por alguns insensíveis compatriotas. E dentro desse contraste que o casamento da organização civil com o poder público vai forjando uma sociedade mais evoluída, esclarecida e mais humana.

Daí o nobre papel da escola na formação e irradiação de uma opinião isenta de preconceitos, construída através de uma lucidez no trato de temas polêmicos, podendo construir os fundamentos onde as pessoas possam ser aceitas da maneira como são, dentro de um universo multicultural presente em toda a comunidade escolar.

Porém, esse espaço também necessita de adequações para que os resultados possam ser obtidos de forma satisfatória, já que seus personagens também são vítimas de possíveis equívocos do passado e precisam ser capacitados para o enfrentamento de situações tidas por não convencionais ao longo dos tempos.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Boca Maldita



Participei com essa marchinha no concurso nacional promovido pela Rede Globo.

Foi gravada no Colégio Estadual do Paraná com a colaboração do talentoso Jerônimo Bello.
                                            

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor