quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Os Cinco Sentidos de um Motociclista



Juarez - Antonio - Rogério - Azambuja - Moacir

É muito bom possuir a plenitude dos sentidos.

O equilíbrio entre a razão e a emoção faz com que a vida seja aproveitada com sabedoria e saúde.


Conseguir este grau de maturidade muitas vezes não é fácil.


As escolhas, as renúncias e o recomeço fazem parte desse laborioso processo.

A coragem é a verdadeira demonstração da fé.


Uma fé íntima que não precisa de barganhas espirituais para se afirmar.

Muitos são os estilos de vida, coletivos ou solitários, o objetivo é o bem estar, a busca da felicidade.


As estatísticas apontam para uma crescente utilização de remédios antidepressivos, comprovando que muitos estão muito aquém da real alegria de viver.


Não se pode ter ou fazer tudo aquilo que se quer.


Mas se pode ter prazer naquilo que se tem ou que se faz.

A prática do motociclismo é testemunha que isso pode ser determinante na existência de alguém.


Além da força do grupo - um por todos, todos por um, tal qual os mosqueteiros - para o corpo é uma prática que aguça a visão, o olfato, o tato, o paladar e a audição, exercitando os canais de sensibilização. 


A viseira não é impedimento para se encantar com um belo pôr do sol, com um céu estrelado ou com a beleza da fauna e flora de uma região.


Mesmo com a espessa roupa de couro é possível sentir a pressão do vento, seu frescor no rosto e até mesmo os impactos das gotas de chuva numa hidroterapia que lava o corpo e a alma.

Fantástico mesmo é perceber os múltiplos odores que a rota pode apresentar.

O cheiro da grama recém-cortada na margem da rodovia e até o perfume do jasmim dos bem cuidados jardins de um vilarejo, são impressões típicas de quem conduz prazeirosamente sua companheira de duas rodas.


O som rítmico do motor trabalhando em compasso com os batimentos cardíacos, mistura-se ao canto dos pássaros e das frouxas gargalhadas numa congregação dos filhos da liberdade.


Já o paladar fica por conta dos ágapes fraternais proporcionados pelos anfitriões que se esmeram em agradar a todos os gostos.

Se viver é uma experiência divina, então que seja numa comunhão entre irmãos que partilhem do bem, da paz, do respeito e do amor.


Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor
MCBDA - Facção Curitiba



   





domingo, 17 de fevereiro de 2013

Caiu na Rede é Peixe



Lembro-me das histórias de meus amigos adeptos da haliêutica. 

Só o fato se reunirem à margem de um rio, contar piadas e tomar uma bem geladinha, já vale o sacrifício em dormir em barraca, enfrentar mosquitos, fazer as necessidades fisiológicas atrás da moita e comer mal.

Mas o objetivo é levar pra casa os troféus – os incautos peixes – seja em quantidade e, de preferência, em tamanho que mereça uma foto a ser postada no “face”.

E como atrair tais distraídas criaturas? 

Os experientes matreiros conhecem como. 

Além do silêncio, pois a som propagado vibra a água e afasta os bichinhos, cevam a superfície com farelos apetitosos para atrair suas presas.

Daí é só esperar e puxar a Rede.

E nessa metáfora, lá vem o pescador de votos com a Rede em punho para apanhar seus distraídos eleitores.

Dona Marina, além de experiente pescadora e com a lábia de saber como pescar e temperar, pois já enfrentou águas turbulentas de outros “rios”, instrui como se deve proceder em águas“novas”, porém não tão cristalinas.

O matuto pescador sabe que, para sua subsistência, basta respeitar os sinais da natureza para ser bem sucedido em seu propósito – eis a tal sustentabilidade cabocla.

De nada adianta Dona Marina vir com iscas artificiais e outras parafernálias patrocinadas pelas indústrias pesqueiras, pois até o cardume desconfia de tanta fartura e facilidade na obtenção do petisco favorito.

Mas as águas são democráticas e aceitam que qualquer um lance seu anzol para arrancar destas seus fartos frutos.

Mesmo que o "pescador" - em seu discurso de respeito a diversidade - ignore as bençãos de Oxum e de Iemanjá, as rainhas das águas.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Fábula das Formigas Adormecidas



Era uma vez...

Não! 

Para essa estória, o verbo não fica só no pretérito, pois ainda acontece e continuará acontecendo.

Tudo transcorre num terreno relativamente grande para os padrões das áreas habitadas numa cidade de médio porte.

Uma casa de alvenaria modesta, com três quartos e demais dependências ocupando o terço frontal do terreno que dá acesso a uma rua tranquila e com calçamento de paralelepípedos de granito.

Na frente, uma pequena varanda e mureta com flores e um espaço para duas cadeiras de vime separadas por uma mesinha de igual material com tampo de vidro.

O jardim divide o espaço com a calçada de cimento bruto, uma estreita para acesso de pedestres e outra mais larga para a entrada de carro numa garagem lateral. No canto do muro, hortênsias se destacam em volume em relação a grama bem aparada e as pequenas margaridas que ladeiam a calçada.

Nos fundos da residência, um espaço mais amplo. O gramado divide o lugar com um ipê que costuma cobrir o verde com suas caducas flores amarelas. Um amontoado de caliça ao fundo, proveniente da construção da churrasqueira ainda com a argamassa úmida não invade a bem cuidada horta, xodó da dona da casa.

Apesar da manutenção constante do jardim e do quintal, montinhos de terra denunciam a presença das comuns formigas nesses locais.

Esses insetos se multiplicam rapidamente e acabam constituindo suas comunidades, onde atuam como obreiros incansáveis.

A venerável formiga comanda a harmonia dos operários no formigueiro. Todos são parecidos e são reconhecidos pelo toque de suas antenas. Assim, a labuta pode continuar normalmente.

O empenho de todos garante a existência do formigueiro. Uns grandes, outros pequenos, mas todos com o objetivo de ser o reduto de trabalho e proteção dos seus.

Formigas entram e saem de seu habitat com o intuito de colaborar com a perfeita e equilibrada existência do mesmo.

Mas algumas formigas acabam se desgarrando do grupo, indo explorar outros ambientes, talvez cansadas da monótona vida que levam, cavando suas galerias.

Existem aquelas que se lançam em aventuras diferentes. 

Umas sobem até o topo da árvore e acabam não voltando ao convívio do grupo. Com o passar do tempo, perdem até a identidade que tinham do formigueiro-mãe. Vivem da lembrança de como a união era importante. 

Hoje, solitárias, tentam se identificar como formigas perante outros insetos. 

Acreditam que sendo uma legítima formiga, podem ter distinção entre besouros, abelhas, gafanhotos e moscas. 

Porém, de nada adianta ela tentar aplicar seus fundamentos entre indivíduos tão diferentes e que possuem outros valores e interesses. 

Esse tipo de formiga vai se sentir bastante enfraquecida e exposta a ação de seus predadores naturais, já que não conta com a proteção de seu formigueiro.

Também existem formigas ambiciosas que se arriscam muito mais longe. 

Conseguem invadir o espaço doméstico. 

Para ela, o interior da casa é o local mais nobre e seguro.

Divide o espaço como o todo-poderoso ser humano. 

Tem acesso fácil aos restos de comida e está protegida das variações climáticas lá de fora. 

Acham-se invulneráveis.

Transitam por todos os cômodos e não se arriscam em sair de seu "palácio" para não serem reconhecidas por outras formigas do seu ex-formigueiro com o receio que tenham de fazer algum favor para uma de suas irmãs de origem.

Mal sabem que podem ser dedetizadas a qualquer momento pelo gestor da residência.

Enquanto isso, seguem os trabalhos para a manutenção do formigueiro e para a preservação de seus indivíduos como legítimos integrantes da espécie.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Filhos



O que é ser pai?

Seria apenas a contribuição genética com um lote de vinte e três cromossomos?

Pouco provável.

Mesmo que o exame do material genético comprove seu vínculo hereditário, isso também é insuficiente.

A paternidade vai muito mais além dos alelos comuns e muito aquém daquilo que o descendente merece ter.

O legítimo pai é aquele que é reconhecido como tal, pois assume sua condição de responsável em ser a paralaxe de caráter de seu descendente. Uma paternidade baseada apenas em fatores bioquímicos não é privilégio humano. Qualquer ser vivo é capaz de tal façanha.

Porém, a condição humana nos torna muito mais comprometida por nossos atos.

Perceber que suas lições deram fruto, mesmo que o reconhecimento não seja diretamente proporcional, já é uma comprovação de que o êxito foi atingido. A partir de certo ponto, o ato de seu tutelado passa a ser de total responsabilidade do mesmo.

Mas existe a paternidade tardia e adotiva. Responder por alguém que traz uma bagagem cultural e genética distinta da sua é um verdadeiro exercício de tolerância, amor e de ego. Talvez essa seja a grande prova da paternidade. Imprimir no neófito seus valores, respeito e a conivência que os torna semelhantes, é uma árdua tarefa. Os resultados só o tempo vai poder demonstrar. Gratidão ou insubordinação ficam a cargo da própria natureza humana.

Não se trata de uma consideração simplória e fatalista. Trata-se de um discernimento que os vínculos entre as pessoas vão muito além de simples casualidades.

Se a evolução biológica é comprovadamente aceita, a espiritual não foge dos mesmos princípios. Também essa demonstra que o ser humano já teve seu momento de aspereza sentimental e que hoje procura aliar da melhor forma o racional com o sentimental.

O não reconhecimento de uma paternidade pode até ser resolvido com o auxílio paliativo da justiça.

Porém, para um pai comprometido, o não reconhecimento filial pode representar a pior derrota diante de tantas vitórias.

A sociedade é dinâmica em suas relações, procurando reparar equívocos passados e atender anseios atuais. Entre esses anseios está a Alienação Parental que visa assegurar a figura do progenitor em detrimento de possíveis desgastes provenientes de uma desequilibrada relação entre casais que não assumem as suas próprias culpas numa falida relação e que usam seus tutelados num processo de mútua agressão.

Obrigado meu filho adotivo por me dar a oportunidade de lhe proporcionar um futuro diferente e, sinceramente, que seja muito melhor para você quanto pra mim.

Obrigado meu filho biológico por me conceder a chance de espelhar minhas virtudes e erros, permitindo-nos ajustar nossas idiossincrasias.

Obrigado meu enteado pelas diferenças gritantes que nos tornam parceiros e colaboradores nessa caminhada existencial.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Hino do Rotary Club de Curitiba Cristo Rei


A nossa voz ecoa na canção
Pra demonstrar sincera gratidão
  Clube querido e hospitaleiro
Fiel reduto de companheiro 


É bom tirar proveito da lição
A nossa força vem da união
São quatro provas obedecidas
Em atitudes enternecidas

            A quem precisa, nosso auxílio é uma lei    
     Rotary Club Curitiba Cristo Rei   (2x)


Entre a família,  a dedicação
Dos assistidos, a superação
Brilhante equipe de voluntários
  Sempre presentes e solidários

Fica marcado em cada coração
O lado bom de cada cidadão
Vida com bençãos, cheia de glória
Puro registro de nossa história

    A quem precisa, nosso auxílio é uma lei
      Rotary Club Curitiba Cristo Rei   (2x)

     Rotary Club de Curitiba Cristo Rei  
    Rotary Club de Curitiba Cristo Rei
    Rotary Club de Curitiba Cristo Rei


Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor
Secretário do Rotary Club de Curitiba Cristo Rei (2012-2013)
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Em homenagem ao 18º Aniversário do clube.
Rogério Francisco Vieira
www.rotarycristorei.org.br/

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Paranaguá-PR X São Francisco do Sul-SC

Paranaguá-PR
São Francisco do Sul-SC





Não se trata de uma disputa, mas sim uma rasa comparação da atualidade com relação a duas cidades parecidas tanto em seus aspectos arquitetônicos, quanto na base de suas economias.

Os registros históricos apontam que a ocupação do litoral catarinense ocorreu logo na primeira década da descoberta do Brasil, sendo São Francisco do Sul a terceira cidade mais antiga de nosso território. Porém, seu nascimento como município é datado como sendo 15 de abril de 1847.

Já a costa paranaense começou a receber as novas vilas a partir de meados de 1500, sendo o território parnanguara o berço do povo do estado do Paraná. A data oficial da instituição de Paranaguá como cidade é de 29 de julho de 1648.

Se São Francisco do Sul foi descoberta primeiro, Paranaguá é mais antiga como unidade geográfica emancipada.

Mas as semelhanças ficam apenas nos aspectos geográficos e históricos.

Hoje, Paranaguá é o retrato do abandono provocado por sucessivas administrações desastrosas.

Sujeira urbana, transporte público precário, patrimônios históricos às moscas, concentração de desocupados nas ruas (muitos usuários de drogas) e cães abandonados, são alguns dos fatores que tiram o brilho e o encanto da cidade-mãe dos paranaenses e que é polo de nosso litoral.

Somando-se a isso, se o turista não dispuser de dinheiro em espécie em mãos, terá dificuldades em quitar seu consumo em bares, lanchonetes e restaurantes. A grande maioria dos estabelecimentos não aceita cartão de crédito, causando transtorno aos incautos forasteiros.

Mirem-se no exemplo da charmosa “São Chico”!

Apesar dos problemas comuns a todas as cidades, trata seus visitantes com simpatia e amabilidade, coisa comum ao povo catarinense.

Além do mais, fazem de tudo para atrair os turistas que aquecem o comércio local, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos seus filhos.

Viva São Francisco do Sul!

Acorda Paranaguá!

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor