A fragilidade humana é fato inquestionável.
Uma simples bactéria pode aniquilar o mais robusto
invólucro material carnal.
Também, as mais portentosas mentes podem sofrer
convulsões, experimentando o limiar entre a racionalidade e a loucura.
Isso demonstra quão imperfeita é essa existência terrena,
numa verdadeira depuração das pendências acumuladas ao longo dos compromissos
espirituais assumidos e não cumpridos.
A matéria é efêmera e como tal, modifica-se conforme as
necessidades evolutivas do espírito.
Já esse, é imutável em sua essência, ficando sujeito a
modelagem material para se manifestar.
Assim como o macrocosmo – formado por matéria e energia –
assim é o microcosmo, o ente vivo, onde a matéria é o corpo e a energia é o
espírito.
A máxima do químico Lavoisier afirma que “nada se cria,
nada se perde, tudo se transforma”.
De fato, a química se fundamenta na matéria constituída
por átomos e moléculas.
Tal constituição é inerente a parte material. Portanto, o
corpo contém elementos agregados de outras matérias.
O carbono, por exemplo, típico das constituições
orgânicas, transita ao longo dos tempos, compondo os mais diferentes seres
vivos, contribuindo com a diversidade e evolução na Terra.
Porém, o espírito é energia pura proveniente do Incriado,
que não se perde e não se transforma.
Sua essência depois de depurada retorna a sua origem
fortalecendo a fonte, ficando livre da roda justa das encarnações.
Ledo engano achar que isso é privilégio apenas dos
encarnados.
A máxima oração cristã – não que essa seja a porta voz
das demais manifestações religiosas – contém entre seus versos: “assim na Terra,
como no Céu”.
Esse fragmento insinua que as provações espirituais se
dão tanto aos níveis encarnado, quanto desencarnados.
Assim como existem pessoas que sofrem ou se regorjeiam em
vida, também há a energias que se fundem a grande massa criadora ou submetem-se
a novas experiências em matéria para galgarem os degraus que rompem com o ciclo
vicioso e imperativo do aperfeiçoamento energético.
E nesse exaustivo processo de purificação, figuram
aqueles, que sob consentimento Divino, fazem o papel “sujo” de separar o puro
do impuro.
São os temidos Exús, emissários Daquele que não é bom e
nem ruim.
É justo!
Enquanto o véu da verdade não é descerrado aos olhos
humanos por conta da falta de luminosidade, os tropeços são inevitáveis na
caminhada em direção a luz.
Em síntese, Deus
não é bom nem mau, é justo e perfeito.
Que Ele auxilie e permita que nossa essência possa
estar em condição de se agregar homogeneamente a Sua natureza e, que dessa
forma, possamos reforçar nossos influxos positivos para a evolução da vida no
planeta.
Enquanto isso, a cobrança salutar ao aperfeiçoamento espiritual vai sendo "cobrada" por intermédio daqueles que têm a permissão do Criador para tal, independentemente do tempo e do espaço.
Rogério
Francisco Vieira
Biólogo
e Professor