terça-feira, 23 de abril de 2013

Encontro de Motociclistas - Surpresas e Muitas Emoções.

Dhema, Evandra, Rogério Vieira e Jacke.


Imaginamos o trabalho que dá aos organizadores os preparativos para um bom evento.

Arranjar um local ideal, bandas (algumas dão o chapéu e não aparecem), divulgação, convites, troféus aos participantes, 0800 de “responsa” e ainda rezar para que não chova no dia, detalhe importante principalmente para aqueles que têm de vencer alguns quilômetros com sua companheira de duas rodas até o local previamente marcado.

Pois é, São Pedro é o santo mais evocado nessas ocasiões.

Mas somos uma grande família – pelo menos para a maioria – e quando chegamos, somos recebidos cordialmente pelo staff dos anfitriões.

Participamos do 8º Moto São Chico (São Francisco do Sul, cidade portuária localizada ao norte do litoral catarinense).

Segundo disseram, foi o melhor e maior encontro já realizado na histórica cidade dos antigos índios Carijós.

Uma grande tenda montada no Centro Histórico abrigou o palco para as bandas, barraquinhas de guloseimas e para os expositores, além do espaço para um verdadeiro “mar” de gente que se aglomerava para escutar o excelente som, trocar os “patchs” de seus grupos e jogar conversa fora.

A trilha sonora não poderia ser outra, senão o bom e velho Rock and roll e, para essa ocasião, a atração era um cover do Creedence para deliro da plateia, principalmente para os velhos lobos motociclistas.
Porém, muita garotada que ainda nem pilota prestigiaram o som, inclusive um garotinho de OITO MESES, pendurado no pescoço de sua mamãe.
Como de costume, vários Moto Clubes ou Moto Grupos presentes, com seus nomes típicos bordados nos coletes.

Mas um deles chamou mais a atenção: “Ovários”, um MC de Florianópolis formado apenas por mulheres – bem, o nome já dizia tudo.

E com o Encontro terminado, pensa que o pessoal fica triste?

Que nada!

Já ficam planejando a próxima aventura.

Um diz para o outro: “Olha, semana que vem tem outro em tal lugar”; “Turma, vai ter o aniversário do MC “X” dia tal e do MC “Y”, logo depois.

Vamos lá!

Isso é uma pequena amostra do que acontece pelo Brasil afora.

É só enviar o convite no “face” e esperar o barulho.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor
MCBDA – Facção Curitiba
Vitruviano Moto Clube

terça-feira, 9 de abril de 2013

AC/DC SOB OS FUNDAMENTOS DA FÍSICA



Independente se você gosta ou não de hard rock ou de física, vale pela cultura – que nesse caso não é inútil – pois a música é expressão artística que encanta e a ciência é pura afirmação da racionalidade humana.

Portanto, isso, nada mais nada menos, constitui a síntese daquilo que vem do coração – representado pela emoção e do cérebro – sede da razão.

O verdadeiro desafio do ser humano é encontrar o equilíbrio entre razão e emoção.

Se a balança pender mais para a emoção, o indivíduo é considerado um sonhador, um lunático, uma pessoa em que o sistema marginaliza, pois não se enquadra nos moldes da sociedade, principalmente àquelas que têm o capital como objetivo.

Caso a razão prevaleça, poderá ser rotulado como sistemático, insensível e intransigente.

O filósofo Aristóteles já afirmava que a virtude está no meio, ou seja, no equilíbrio das coisas.

E essas “coisas”, nesse caso, situam-se entre a razão e a emoção.

A emoção vigorosa transmitida por uma banda de rock pode ser associada diretamente aos fundamentos científicos da física.

Bon Scott (falecido em 1980), Malcolm Young, Brian Johnson, Phil Rudd, Angus Young e Cliff Wiliams, ainda ecoam um som de aceitação universal, seja por sua mensagem, seja por energia sonora.

AC/DC  é Alternative Current/ Direct Currente - Corrente Alternada/ Corrente Contínua.

Mensagem que faz vibrar o coração de uma multidão de fãs espalhados pelo mundo.

Já na esfera da ciência, o francês Charles François Du Fay, arriscou sua teoria de condutibilidade elétrica, depois reiterada pelo físico norte-americano Benjamin Franklin na explicação do movimento eletrônico pelos corpos.

Assim, música e ciência – juntas, estimulam o metabolismo de nosso miocárdio e de nossos neurônios numa sintonia de emoção e de razão.

Talvez isso explique a paixão que os grandes cientistas tem pelo bom e velho rock n’ roll, misturado as suas teorias quase que herméticas.

E não é a toa que orquestras de sons eruditos tenham uma complexidade comparada aos sons agudos que atraem roqueiros das mais diversas regiões do planeta.

Aumenta o som e abre o livro!

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A Cenose no Ambiente de Trabalho



A natureza sempre serviu de inspiração para o homem criar, compor, copiar, descobrir, enfim obter dela benefícios para suas mais diversas necessidades.

O tempo passou, os movimentos tectônicos alteraram o relevo do planeta, a revolução industrial catalisou o processo de desenvolvimento tecnológico da sociedade e nesta altura o Homo sapiens já contava com um encéfalo três vezes maior que seus primeiros ancestrais, garantindo sua hegemonia perante os demais animais,  afirmando sua capacidade racional.

Durante todo esse processo de aprimoramento como ser humano, o som foi modulado ao ponto de se transformar em sinais perceptíveis, possibilitando as primeiras formas de linguagem.

As primeiras ferramentas facilitaram sobremaneira as atividades, reduzindo o gasto mecânico para sua execução permitindo maior tempo para o inter relacionamento entre seus pares.

Com isso, os humanos passaram a tentar compreender as relações afetivas que os ligavam, rompendo sua primaria necessidade visceral de sobrevivência.

A imensa quantidade de sentimentos e conhecimentos acumulados mostrou que seria necessária sua sistematização caso contrario, haveria uma convulsão no trato das informações ao ponto de torná-las inúteis ou incompreensíveis.

Sendo assim, eis que surge o Positivismo para sistematizar todo o conhecimento humano, impulsionando o progresso cientifico em todas as áreas.

A mensuração dos dados tornou-se uma condição sine qua non na relação com as pessoas e com o ambiente.

O racionalismo ganhou espaço enquanto que o sentimentalismo foi quase que totalmente banido do meio acadêmico para ficar restrito nos âmbitos artísticos, filosóficos e religiosos.

Talvez isso tenha potencializado os sistemas capitalistas de produção, fazendo do indivíduo essencialmente executor de função, garantindo o combustível necessário a produção dos ávidos consumistas.

Em Ecologia, uma “cenose” se refere a maneira como um ser se relaciona com os outros de forma harmônica ou desarmônica.

Nos órgãos governamentais ou na iniciativa privada, as cenoses laborais podem ser comparadas aquelas vistas nos ambientes naturais.

Porém, chefes, diretores, encarregados ou coordenadores são os responsáveis em imprimir o tipo de modelo produtivo da equipe, com ou sem harmonia – por mais que a intenção seja a de se atingir a meta pretendida.

Mesmo que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) tenha surgido para garantir os direitos dos trabalhadores e coibir eventuais abusos do empregador, a vaidade pelo poder ainda continua fazendo as suas vítimas

Para alguns dirigentes, não basta a autonomia eficiente por parte dos seus súditos.

Faz-se necessária a veneração, o medo, o reconhecimento da hierarquia que está formada e que deve ser mantida.

A iniciativa privada é mais incisiva no estabelecimento da “lei do mais forte”.

Os incomodados que se mudem!

Enquanto isso, nas administrações públicas, é o fator político que costuma a dar o ritmo dos trabalhos.

Se não for apadrinhado de alguém, dificilmente o servidor poderá demonstra seu talento de forma independente.

Suas iniciativas, por mais ingênuas que pareçam, levantam a suspeita de uma atitude tendenciosa contra ou a favor do governo reinante.

Enfim, as relações laborais podem ser comparadas as “cenoses” estabelecidas em diferentes habiats naturais.

Desde o predatismo, onde sempre haverá uma vítima até o comensalismo onde todos serão beneficiados em prol do conjunto.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

quarta-feira, 3 de abril de 2013

"Causos" de Moto - Vaca na Pista


Até parece que minha vida de motociclista se resume em bizarros acidentes.

Mas acredito que existam inúmeras histórias estranhas contracenadas pelos irmãos das "duas rodas" espalhados pelo mundo e que se mesclam em humor, romance e tragédia, mas carentes de relatos escritos.

Geralmente as histórias ficam na memória e contadas nos encontros dos motoclubes.

Bom, essa terminou em churrasco (segundo o dono da vaca) e eu com uma bota de gesso.

Já era final de tarde e eu terminava meu lanche para ir lecionar numa escola distante de minha residência.

Na época minha companheira de transporte era uma CG-125, azul calcinha.

Então, lá fomos encontrar os alunos sedentos pelo conhecimento no campo da biologia (ironia).

Tinha garoado e o asfalto estava molhado e escorregadio.

Ao fazer uma curva, deparei com uma verdadeira muralha formada por bovinos.

O bairro afastado do centro da cidade, ainda conservava aspectos rurais.

Um pequeno pecuarista mantinha umas cabeças de gado leiteiro.

O rebanho ficava no pasto durante o dia e, ao entardecer, conduzido pelo "alemão", fazia a travessia do mesmo até o estábulo anexo a sua residência. 

Sua produção leiteira era comercializada junto a uma cooperativa da região metropolitana da cidade.

Apesar de proibida por lei, a manobra com os animais ocorria diariamente.

Como todo acidente de trânsito, as impressões passam em milésimos de segundo.

Nesse exíguo intervalo de tempo, ainda deu para escolher qual 
animal sofreria o impacto.

Se batesse na lateral de um, corria o risco do mesmo cair sobre mim.

Preferi bater no frontal de uma "malhada".

O osso duro da testa do bicho é um dos mais resistentes de sua estrutura e, assim, ele poderia suportar a pancada sem sofrer grandes lesões.

Bati e ainda caí agarrado na moto.

A moto ficou bastante prejudicada e eu sentia dores pelo corpo e gosto de sangue, ocasionado pela fratura de algum dente.

Bendito capacete!

Levantei assustado, mas não havia mais vacas na pista.

Não me lembro como cheguei em casa.

Segundo o leiteiro, sua vaca teria morrido, fato que eu duvido.

Mas no final das contas, o mesmo arcou com o conserto da "cegezinha".

Eu tinha casado recentemente e a mulher disparou: "ou eu, ou a moto".

Bom, estou no terceiro casamento e, agora, pilotando minha Shakira grená. 

Rogério Francisco Vieira
MCBDA - Facção Curitiba