sexta-feira, 29 de março de 2013

"Causos" de Moto - Colisão em Duas Rodas Diferentes



Cômico, porém trágico.

Mas, felizmente, apenas danos materiais.

Era dia de receber uma homenagem.

O evento requeria terno e gravata e assim, procurei me arrumar decentemente para a ocasião.

Na programação, espaço para a entrega do título Paul Harris - uma verdadeira honra para todo rotariano.

Vamos lá!

O sol estava se pondo e eu me deslocava com minha Shakira (moto) até o local informado.

Cabelo penteado, "pin" na lapela, perfumado, lá vou eu.

Tudo transcorria tranquilamente como de costume.

Shakira me conduzindo com leveza e vigor.

Bom, estou meio atrasado, melhor pegar o corredor entre os automóveis.

Tudo com muita prudência e velocidade reduzida.

Poxa, esse sol baixo...não consigo enxergar direito.

Sinal fechado.

Legal, agora vou chegar lá na frente e me esquivar desse monte de carros.

Mas o que é isso?

Em frações de segundos eu estava no chão.

Mas como?

Tudo estava sob controle, velocidade baixa e atenção redobrada.

Bati e fiquei estirado no asfalto.

Bom, só pode ter sido um cachorro que cruzou em minha frente.

Consegui levantar.

Parece que nada de grave me aconteceu.

Apenas uma dor nos pulsos.

Mas onde está o cachorro?

Espera!

Uma cadeira de rodas vazia lançada na calçada?

Meus Deus!

Atropelei um cadeirante!

Tratava-se de uma figura já bem conhecida que aproveitava o sinal vermelho para fazer a sua coleta.

Aproximei-me do rapaz com o intuito de ajudá-lo e verificar se estava muito ferido.

O mesmo não admitiu ser ajudado.

Resmungando, foi até o meio-fio se arrastando para pegar sua cadeira.

Segundo consta, não era a primeira vez que o fulano se envolvia em acidentes.

Diante de tanta agressividade, bati a poeira da roupa, peguei aShakira, com leves escoriações lataria, e lá fomos nós ao compromisso.

Dias depois, lá estava o cadeirante colocando a própria vida em risco e a de terceiros, entre os carros, fazendo sua costumeira arrecadação de moedas.

Rogério Francisco Vieira

quarta-feira, 13 de março de 2013

De Licêo de Coritiba a Colégio Estadual do Paraná

Prof. Rogério Vieira e alunas do CEP

O Colégio Estadual do Paraná é considerado a maior instituição pública da América Latina. 

São quase 5 mil alunos distribuídos nos ensinos fundamental, médio, profissionalizante e cursos livres de artes e de línguas estrangeiras.

A então chácara da "Nhá Laura" abriga, atualmente, o imponente prédio do "Estadual' como é carinhosamente conhecido pela comunidade paranaense.

O  prédio histórico está localizado na rua João Gualberto, ao lado do Passeio Público, entre o centro da capital e o bairro do Alto da Glória.

O CEP possui uma estruura invejável a qualquer escola privada: teatro para 800 lugares, piscinas, pista de atletismo, campo de futebol, quadras poliesportivas, laboratórios e até um planetário.

Um dos maiores conhecedores da história do colégio é Ernani Straube que foi professor daquela instituição e filho do ilustre Prof. Guido Straube, sendo que ambos lecionaram a disciplina de biologia.

Conta-se que o saudoso Guido Strabe era temperamental e extremamente conhecedor de sua ciência.

Exigente com os alunos e, muitas vezes, incompreendido pelos colegas.

Coisas de gênio; de pessoas que provocam em outras uma certa inveja por sua capacidade intelectual e autonomia didática.

A biologia sempre foi conduzida por brilhantes homens, tais como: Guido e Ernani Straube, Rudolf Bruno Lange, Clóvis, Lauro e Paulo Célio Hammerchmidt (Pace).

Tive a satisfação de dividir turmas com o "Pace".

Eu, nas aulas teóricas e ele nas práticas de laboratório.

No mínimo, duas gerações passaram por seus ensinamentos.

Além de ter sido professor, foi aluno do Colégio Estadual do Paraná e hoje o laboratório de biologia leva seu nome.

Conforme seu desejo, suas cinzas foram lançadas no jardim de seu amado colégio.

Tenho orgulho de fazer parte da história dessa importante instituição onde meu filho também foi aluno.

Parabéns aos 167 anos do Colégio Estadual do Paraná.

Longe lateqve.


Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor



quinta-feira, 7 de março de 2013

Arte e Ciência na Turma do Bob Esponja





O biólogo e cartunista norte-americano Stephen McDannell Hillenburg é o criador do famoso desenho animado “Bob Esponja”.

Apesar de me divertir com seus personagens, não sou profundo conhecedor.

Mas é muito interessante perceber como sua mente criativa consegue estabelecer uma relação interespecífica e harmônica da biodiversidade do fundo do mar.
Bob, o astro principal, é o representante mais simples do reino dos animais.

Trata-se de um porífero e, por sua morfologia, é considerado um parazoário - sua organização corpórea não tem distinção de tecidos.

Por tal característica, tem grande poder de regeneração e facilidade em gerar clones.

Seu grande amigo – Patrick – é um equinodermo da classe asteróidea, um animal bentônico, também com a capacidade de se regenerar e que na escala evolutiva é o representante mais próximo do ser humano, pois é um deuterostômio, animal onde o ânus surge antes da boca.

Lula, um molusco rabugento, pertence a classe dos cefalópodos e divide os afazeres na lanchonete "Siri Cascudo", preparando hambúrgueres de siri.

O dono do fast food marinho é o Sr. Siriguejo, um artrópodo crustáceo que, bizarramente, é pai de Pérola, uma legítima representante dos cetáceos.

Gary é o bichinho de estimação do “calça quadrada”.

Também é um molusco, mas da ordem dos gastrópodos, pois tem sua massa visceral protegida por concha de única valva.

Até um esquilo é habitante abissal. Trata-se da inteligente Sandy que para poder sobreviver em meio aquático, usa um tipo de escafandro.

Bob e seu amigo Patrick, por serem heterótrofos, precisam ir a busca de alimentos e a iguaria mais apreciada é a gelatinosa água-viva, uma forma de cnidário capaz de provocar choques químicos e não elétricos em suas vítimas.

Esses, entre outros, são os personagens que ao mesmo tempo em que divertem, podem servir como uma motivadora aula de biologia.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor

terça-feira, 5 de março de 2013

Academia dos Blogueiros



A célebre frase cartesiana” Cogito, ergo sum” onde se traduz em “Penso, logo existo”, sempre foi um solo fértil de discussão para os filósofos.

Pensar, até que se prove ao contrário, é privilégio humano.

Existir, não!

Se a espécie humana sumisse da face da terra, a biodiversidade terrestre cresceria em progressão geométrica num verdadeiro caos biológico.

Evidentemente, somente as espécies domésticas estariam fadadas  ao desaparecimento ou a uma redução drástica de indivíduos.

Mas enquanto isso não acontece, o próprio Homo sapiens sapiens se encarrega de dizimar seus próprios filhos da evolução social e tecnológica.

Em nome do avanço tecnológico e com fundo essencialmente capitalista, as máquinas são substituídas em prol do avanço da humanidade.

Além da eficiência anunciada, é preciso estar na “moda”.

Como para muitos é difícil demonstrar aquilo que se é, aquilo que emana da capacidade cerebral, mais fácil explicitar sua capacidade monetária.

É possível se adquirir aquilo que o poder econômico permite.

Porém, inteligência, caráter e ética são produtos inegociáveis e distantes das provocativas aliciações monetárias.

Vale-se pelo que se é, e não pelo que se tem.

Pelo menos na sublime condição “de carne e osso”, onde a “carne” se baseia em dois órgãos determinantes: o miocárdio – o coração – numa alusão poética do sentimento humano e na massa cefálica – o cérebro – na condição racional dos animais do topo das cadeias ecológicas e sociológicas.

Porém, é impossível ficar alheio à correnteza tecnológica.

Ao menos que se adote uma vida de ermitão, dissociada dos modelos ditos normais, numa opção de sociedade alternativa.

Mas, para nós “conectados” e contrários ao isolamento do “mundo”, as perdas podem ser transformadas em ganhos.

As produções literárias mudaram.

O consumo de livros, revistas e jornais caíram incisivamente.

Fora o encanto que esses produtos representam, tanto comercialmente quanto historicamente, o lado antropológico vislumbra o crescimento dos então anônimos que ousam em expor aquilo que pensam ou que produzem.

Produzir um livro ou ter matéria publicada na imprensa global é tarefa árdua, seja pelo custo, seja pela pseudoautoridade esperada de quem assina a matéria.

Bendita seja a internet que socializou as manifestações dos anônimos que não “bebem” de fontes acadêmicas, mas que dão a cara á tapa daquilo que pensam e acreditam.

Nada mais justo que essa legião de pensadores contemporâneos tenha seu espaço e respaldo.

Fica nossa proposta de instituir a Academia dos Blogueiros.

Seja qual for sua intenção, ela será respeitada.

O sucesso ou o fracasso ficam a cargo da peneira social.

Aqui fica o convite para a instituição da ACADEMIA DOS BLOGUEIROS.

Escreva, logo exista!

Idade, raça, credo, orientação sexual, nada disso importa.

Demonstre o que seus neurônios são capazes.

Aguardamos as manifestações para que possamos marcar o 
Primeiro Encontro da Academia dos Blogueiros.

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor