quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

No Gingado de Gaia


Existe toda uma mitologia a cerca da criação e existência de nosso planeta – Gea ou Gaia.

Na década de setenta os cientistas James Lovelock e Willian Goldin deram novos nuances acadêmicos para nossa nau planetária.

Apesar de polêmica até os dias de hoje a Hipótese Gaia propõe que a Terra tenha uma espécie de irritabilidade orgânica, recebendo e reagindo aos estímulos provocados pela ação antropocêntrica e astral.

Essa hipótese reforçou as alegações, nem tão científicas, de que nosso planeta reage, principalmente, aos fatores ambientais associados a poluição.

Assim, enchentes, superaquecimento, resfriamento, tsunames, desertificação, etc, seriam respostas do grande organismo Terra às suas agressões sofridas.

O certo é que o ser humano interfere incisivamente no aspecto geral da biologia e da geologia terrestre provocando certo desequilíbrio.

A redução das florestas e matas por conta da ocupação habitacional e o acúmulo de lixo, são dois dos fatores que exemplificam problemas que afetam diretamente o ser humano.

A idéia é que Gaia tem uma temperatura e uma constituição básica necessária para viver e deixar viver os seres numa homeostasia sustentável à sua existência.

A Escola de Samba Salgueiro, do Rio de Janeiro, destaca esse tema no vigor de sua bateria, em suas alegorias e na voz uníssona de seus integrantes, sem deixar de destacar as necessárias bênçãos dos Orixás.

Axé, Salgueiro!

Ave, Gaia!

Kaô, Xangô!


Rogério Francisco Vieira

Biólogo e Professor  

Do Buraco do Peixe às Ruas com Buracos

(((CIDADANIA)))

Se administrar uma família não é tarefa fácil, imagine uma cidade.

Mas a vida é feita de escolhas, inclusive a de constituir uma família ou de se desejar ser o chefe do executivo de um município.

Em ambos os exemplos o choro é comum e os anseios para uma vida melhor é naturalmente compreendido.

Cabe aos “chefes” ouvir pelas demandas de seus tutelados, ponderar as petições com sabedoria e tomar as providências necessárias.

No mundo à fora, desde os mais primitivos vilarejos até as metrópoles globalizadas existem problemas a serem atendidos, seja de forma comunitária até a intervenção daqueles que de forma democrática ou autoritária chegaram ao poder.

Assim, a solução de um problema pode parecer uma gota d’agua se comparada no geral ou uma gota essencial de remédio quando tratada no particular.

A cidade de Piraquara faz parte dos municípios que compõe a Grande Curitiba, capital do Paraná.

Em tupi-guarani sua etimologia é “buraco do peixe” ou “toca do peixe”, nesse caso, aplica-se a primeira significação devido ao apelo que motivou esse texto.

Piraquara – berço das águas – abastece, com seu manancial, mais de cinqüenta por cento das residências na capital dos paranaenses e a si própria.

Um verdadeiro tesouro hídrico em sua superfície e em seus lençóis freáticos que poderiam deflagrar uma Terceira Guerra Mundial dada a importância de seu produto.

Além do mais, sua posição geográfica margeia o resquício de Mata Atlântica de onde se pode vislumbra o grande paredão formado pela Serra do Mar.

Uma verdadeira jóia metropolitana que não consegue camuflar os problemas urbanos de seus habitantes.

Tomando como exemplo do descaso das autoridades, temos a Vila Esmeralda, situada próxima ao Contorno Leste, saída para São Paulo (ao norte) e a Porto Alegre (ao sul).

Um bairro essencialmente residencial esquecido pelas autoridades locais.

Talvez o local que concentre mais buracos em suas ruas, por metro quadrado, dentre todas as cidades do Paraná.

Mas buraco é problema?

Para aqueles que têm seus veículos danificados pela trepidação contínua no deslocamento ou para os pedestres que não podem transitar seguramente pelas calçadas (também inexistentes), sofrendo quedas e acidentes, sim.

Atenção senhor prefeito da querida Piraquara.

Não há a necessidade do preciosismo da canção poética que diz que: “se essa rua, se essa rua fosse minha eu mandava ladrilhar”, mas tenha a compaixão de centenas de seus concidadãos e, mesmo que de forma paliativa, melhore seus caminhos, facilitando suas idas e vindas.

A Avenida Josemael Alberti é uma das mais afetadas e com as piores condições de tráfego.

E olha que não é uma alameda ou rua, trata-se de uma “avenida”, um dos troncos principais de deslocamento da população local.

Que os legítimos responsáveis em zelar publicamente pela pujante Piraquara tomem emergenciais providências.

Terei a maior satisfação de publicar as fotos do “antes” e do “depois” após a recuperação da avenida citada, dando os merecidos créditos a seu interventor.

Piraquara, com amor!
 

Rogério Francisco Vieira
Biólogo e Professor 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Instrospectiva 2013

Ao invés de me lançar ao passado, mergulho dentro de meus próprios pensamentos.

Alguns tão secretos que eu mesmo não consigo penetrar.

Outros tão superficiais que nem enraizaram.

Eu queria ser muitas coisas, mas nem sei bem o que quero.

Parece que a vida acelera no final na tentativa de recuperar o trânsito engarrafado durante o trajeto.

Mas chegar aonde?

Alguém pintou a linha de chegada, mas a inércia vai além.

E pra balizar a vida vejo placas que sinalizam o que, até então, são avisos de boa viagem.

Pouco tempo, muito espaço nessa relatividade humana.

Não é mesmo Paulo?


Rogério Francisco Vieira

Frequências


Se somos um instrumento, seja lá de que natureza, que estejamos afinados com nossos pares.

O “samba de uma nota só” de Tom Jobim é raro dentre as necessidade dos arranjos sonoros que as composições musicais requerem.

O solo instrumental é bonito e demonstra a destreza do tocador.

Mas a harmonia de uma orquestra em atividade nos serve de exemplo e de inspiração.

O grande perigo da execução solitária está na falta da comunhão dos diferentes timbres, independente da impressionante capacidade de seu executor.

Já a produção orquestrada é inebriante.
Sopros, cordas e percussões numa mescla agradável e harmônica.

Cada qual no momento exato de execução, sob a batuta daquele que sabe quando entrar e sair de cada um dos colaboradores musicais, numa prova que disciplina e ordem são essenciais ao êxito coletivo.

O desrespeito a esse trato comum traz desafinação e desarmonia à obra, causando desconforto aos mais apurados tímpanos.

Em metáfora, se nossa sociedade não é harmônica, é porque nem todos conseguiram afinar seus próprios instrumentos e, consequentemente, o resultado incomoda aos dotados de uma sensibilidade social pura.

Essa percepção não quer dize que todos tenham que ser iguais, pois as diferenças é que dão riqueza do todo.

Um bombardino aparece diferente de um violino que se faz diferente de um oboé e assim por diante.

Assim somos nós, instrumentos humanos coletivos, prontos – ou ainda aperfeiçoando a técnica vital – na comunhão da freqüência ideal do existir.

O Grande Maestro é generoso e paciente para aqueles que se dispõem a aprender e a ensinar a Magna Obra do bem comum, mesmo que isso pareça obra de vaidade pessoal.

Enquanto isso, o aprendiz deve se aproximar dos que buscam os tons harmônicos e evitar o ruído agressivo dos que ainda não se atentaram para a beleza de compartilhar de uma freqüência comum, pois a maturidade e o tempo são diferentes para cada um.

Rogério Francisco Vieira

Biólogo e Professor

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013


“Andar com fé eu vou, que a fé não costuma “faiá””(Gilberto Gil)

Ter fé é uma coisa maravilhosa.

É uma sensação que lhe deixa numa condição invulnerável, intocável e até de superioridade.

Sentimento íntimo que os outros podem desconhecer.

Nesse contexto, qualquer situação pode ser encarada sem a vacilante companheira dúvida.

A unção é uma benção!

Mas estar ungido é foro próprio de avaliação.

Será que seus atos, palavras e atitudes convergem para o merecimento de uma blindagem por parte do plano espiritual?

Será que os canais estão livres para essa conexão, seja lá qual for sua fonte transmissora?

É muito comum assistir pessoas que praticam aquilo que não vivem, que não aplicam, que fazem mais fumaça que fogo.

A ostentação virou prova da fé praticada aos olhos dos ingênuos numa armadilha onde você acaba se entregando ao que os seus olhos físicos presenciam, numa miopia crente que dá pena.

Em síntese, tudo se resume numa questão de poder, de dominação e de alimentação de uma máquina que precisa ser mantida pelos que apertam os seus botões.

A fé “in natura” com os sinais sutis da natureza deu lugar a fé antropológica, da dominação do homem sobre tudo que lhe cerca.

Deus nunca foi, é ou será humano.

Isso seria reduzi-lo as imperfeições que toda pessoa ainda é portadora.

As intervenções divinas se fazem por meio dos homens, desde os mais humildes até os doutos nas ciências, letras e artes.

Essas fagulhas sim são manifestações que nos conduzem na busca da paz espiritual.

Temos uma condição material não por acaso, mas a pedagogia da perfeição requer  muito mais que apenas umas “aulinhas” existências.


Enquanto isso, Deus, D’us, Alá ou Zambi, aguardam suas frequências ideais a serem somadas ao todo numa evolução espiritual.

Rogério Francisco Vieira

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Justiça Dentro e Fora de Campo

Jacke Branco e Rogério Vieira

Não é fácil se fazer justiça, pois sempre uma das partes perderá e, consequentemente, sentir-se-á lesada.

Num caso de homicídio, por exemplo. Qual seria justiça ideal para a perda do ente querido? A reparação do ato com uma condenação ao autor do crime, mas isso seria irrelevante se a vítima tivesse sua vida subtraída de volta e retornasse ao convívio dos seus.

Coisa óbvia que qualquer curso de Direito discute, inclusive o qual estudei sem concluir.

Porém, como isso é coisa extra-humana, a justiça se apega ao castigo ao delito, impondo ao criminoso uma pena que, invariavelmente, está aquém do esperado pelos familiares do falecido.

Nasci em Curitiba, capital do Paraná, no ano de 1963 e por feliz influência de um tio, tomei gosto pelo futebol e pela cor alviverde do Coritiba Foot Ball Club, o Coxa.

Na década de 70, com dez anos de idade, assistia às partidas pela televisão, passando a admirar o habilidoso Roberto Rivelino que jogava no tricolor das Laranjeiras.

Assim, começou minha admiração pelo Fluminense.

Hoje, para meus amigos, ser “coxa-branca” e “pó de arroz” é uma contradição, quase que uma heresia.

Afinal, aquele rebaixamento do Coritiba em pleno estádio Couto Pereira com o quebra-quebra após o jogo, seria a gota da água para qualquer “coxa” passar a odiar o tricolor carioca.

Uma situação em que se prefere ver o diabo a ter qualquer relação amistosa com o clube das Laranjeiras e, por extensão, à sua torcida.

Mas o dito popular diz que futebol é “Paixão Nacional”.

Portanto, nossas fronteiras geográficas são secundárias com relação à afinidade futebolística que se tem.

Não seria nenhuma surpresa encontrar um torcedor do Coritiba entre os moradores nativos do Morro da Mangueira ou de Vila Isabel.

E no recente caso do Brasileirão de 2013, quem é o culpado pelas modificações ocorridas, levando a Portuguesa paulista para a série B, livrando o Fluminense do descenso?

O Fluminense, o STJD ou a Portuguesa?

Pelas declarações do presidente da Lusa, o advogado do clube deveria estar acompanhando as possíveis sanções no site da CBF em relação a escalação de seu atleta que deveria cumprir duas partidas de afastamento por conta de uma penalização por expulsão.

Foi notória a confusão do referido presidente durante a audiência, reiterando que aguardava a intervenção de seu advogado para dar condições de jogo ao atleta punido.

Alegando desinformação, foi conivente com a escalação do atleta.

Já o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) diante das evidências do caso, aplicou o previsto na lei que é de conhecimento de todas as agremiações participantes do campeonato brasileiro.

Essa foi a justiça que imperou fora de campo.

Dentro de campo, o justo também foi estabelecido, ou seja, os quatro que menos pontuaram teriam que ser conduzidos à série B em 2014.

Todos reconhecem que a campanha do Fluminense foi pífia e merecedora de um rebaixamento.

Mas a pena aplicada ao time rubro-verde paulista, com perda de quatro pontos, beneficiaria um dos rebaixados que, nesse caso, foi o Fluminense.

Acreditar na justiça e na isenção daqueles responsáveis em aplicar a lei não é ingenuidade, é a confiança na manutenção da ordem do país.

Se existem intenções escusas, o tempo vai se encarregar de reparar e, de alguma forma, irá impor sua condenação aos mal intencionados.

São milhões de corações de torcedores tricolores felizes com o desfecho, até então, de um ano nada agradável ao seu clube.

Uma grande porcentagem de anônimos que tem como uma das poucas alegrias a torcida pelo seu amado time.

Outros famosos como Chico Buarque, Nelson Motta, Evandro Mesquita, Nelson Rodrigues, Fernanda Montenegro, Cartola, etc, tem ou tiveram na opção verde, branco e grená o amor pelo esporte preferido de todos os brasileiros.

Rogério Francisco Vieira

Biólogo e Professor

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Laços Maternos


Até que a ciência não apronte das suas, a maternidade é fato mais que certo.

Da maternidade ninguém duvida já da paternidade pode haver controvérsias.

Filho da puta ou filho da santa, todos somos, mesmo que isso cause um incômodo para os da primeira.

Porém, numa concepção metafísica, todos vêm ao mundo para resgatar algo que as correntes implacáveis do tempo impedem de serem quebradas.

O ativo de hoje foi o passivo de ontem e vice-versa em sua natural lapidação espiritual.

Hoje somos réus por nossos atos cometidos contra uma hierarquia familiar estabelecida.

A sabedoria divina nos confere duas máximas em nossa pobre condição humana de aprendizes: “livre arbítrio” e “lei do retorno”.

Tudo podemos, mas somente com a sintonia fina dos sentimentos podemos avaliar nossas opções feitas.
Isto requer tempo e mais sabedoria a que inteligência.

E o aqui se faz, aqui se paga, é implacável.

Mas muito mais fácil de assimilar, entender e praticar, pois os exemplos terrenos são diversos.

Assim, ser uma mãe correta ou ser um filho exemplar é relativo quando não se fica apenas numa efêmera experiência de vida.

As teias dos vínculos parentais nos confundem e nos deixam reféns de uma culpa a ser solucionada numa futura oportunidade ou nos confortam em nossos densos sentimentos primitivos que carecem de um despertar, de uma réstia de luz para nos fazer sair da inércia bruta, mergulhando no compromisso coletivo de uma vibração harmônica do Todo perfeito.

A roda cármica é conhecida em algumas culturas e seus sábios sabem que rompe-la é uma grande benção que se conquista por esforços próprios.

Não existe “ponta solta” na Grande Lei.

Tudo deve estar bem resolvido entre as partes.

Façamos o máximo para saldarmos nossos débitos agora para que nosso quinhão energético colabore com o fortalecimento do Todo, rumo a uma Nova Era que aniquile os superficiais valores de hoje.


Que assim seja!

Rogério Francisco Vieira 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Juntos Somos Mais Fortes



Até que ponto, realmente, fazemos falta às pessoas?

Não aquela falta apenas física, laboral ou fundamental para as estatísticas pró ou contra numa amostragem, reduzindo-nos a números e percentuais.

É da natureza humana querer ser aceito pelos outros.

Uns usam da empatia, pois se veem na situação de seu semelhante e reconhecem que os sentimentos e atitudes recebidas, também são por si gerados.

Outros agem de formas simpática ou antipática apenas para terem seus interesses atingidos.

Mas às vezes o tempo é pouco, a pressa é muita e acabamos sendo tomados por uma amnésia fraternal.

Que a minha e a sua eventual ausência sejam percebidas de maneira afetiva, com aquela sensação de incompletude que precisa ser reparada para garantir uma homeostasia sentimental.

Afinal, "juntos somos mais fortes".

Rogério Francisco Vieira